Como vai ser a nossa MOBILIDADE REGIONAL?

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Jundiaí deixou de ser “Aglomerado Urbano” e está oficialmente como Região Metropolitana. Lembram-se quando foi declarado Aglomerado e quando passou a ser Região Metropolitana? Datas, datas, datas…! Pensem; a população, preocupada com as datas de suas contas mensais, irá “gravar” datas de leis, portarias estaduais, municipais? Para quê? É o que muitos questionarão. Mas essa mesma população sente os reflexos da não observância dos feitos (ou desfeitos) administrativos dos gestores. Sente ao caminhar ou dirigir por ruas e rodovias. Sente que algo não está bom, algo nos atormenta no cotidiano… e o que normalmente acontece? A população se acostuma! E ao se habituar reclama, se estressa, que também vira hábito! Nisso, cada vez mais perdemos qualidade de vida e principalmente tempo nos nossos deslocamentos. Mais carros, mais motos, ou seja, veículos particulares, para passeio ou trabalho, não importa, a população está motorizada, e quem não dirige, busca Uber, realidade de nossa região, pois em outras tem ainda moto-táxi. Eis a questão… como estão nossas ruas, avenidas, rodovias para dar conta de todos esses veículos? Como estão os projetos de mobilidade, transporte, infraestrutura rodoviária, obrigação dos gestores?

Em nossa região o forte de nossa economia é a indústria. Diversa, com destaque na logística. O potencial industrial é de ponta, temos multinacionais. Consequentemente, o número de caminhões quadruplicou nos últimos 20 anos, afinal, o transporte ferroviário de carga ficou estacionado no que era 30 anos atrás. Sendo o transporte rodoviário o carro-chefe, necessita-se de rodovias duplicadas, inclusive com terceira faixa. Não é o que temos, todos nós conhecemos de cor e salteado. Vamos lá… Rodovia Anhanguera desde o Trevo Xisto Cereser até à capital. Quantas vezes por dia a Anhanguera para no trecho urbano de Jundiaí? O mesmo ocorre na Dom Gabriel, desde o Xisto Cereser até o trevo de Itupeva. Pois então, o jundiaiense se acostumou, não é? E cobrar de quem? E são rodovias duplicadas, com canteiro central. Agora vamos ver como estão as que não estão duplicadas e tem o mesmo tráfego pesado intenso.

Além do polo industrial regional, temos o turismo rural, o Circuito das Frutas, que atrai muitos turistas e oferece momentos de lazer, descanso aos próprios moradores das cidades que englobam o Circuito. Notem que interessante… as pessoas saem para descansar mas se estressam no trânsito dessas rodovias. Tanto na ida como na volta. Que descanso, que qualidade de vida é essa? Analisemos… as rodovias duplicadas, Anhanguera e Dom Gabriel, não comportam a quantidade de automóveis e caminhões. Basta uma carreta ultrapassar outra para gerar lentidão a qualquer hora do dia. A Constâncio Cintra, de Jundiaí para Itatiba, ainda não apresenta tanto esse problema, mas basta chegar a Itatiba, onde desemboca a rodovia que vem da Anhanguera e Louveira, para cairmos no problema gerado pelo tráfego pesado. Todas as carretas que vem de lá e seguem para a Rodovia Dom Pedro, acessam a Rodovia Luciano Consoline, que é pista simples e sem pontos de ultrapassagem, sem terceira faixa. O anel viário de Itatiba, ou continuação da Romildo Prado, que retiraria todo esse trânsito da Luciano Consoline, deveria estar pronto no mínimo há 10 anos, mas não está concluído. Trafegar pela Luciano Consoline no trecho urbano de Itatiba, até a Dom Pedro, é gastar no mínimo 20 minutos num trajeto que levaria no máximo 10 se a rodovia tivesse terceira faixa ou fosse duplicada. Chegando a Dom Pedro, engana-se quem pensa que se livrou do trânsito complicado. Ela também é o mesmo caso da Anhanguera em Jundiaí e a Dom Gabriel. São duas faixas, se um caminhão ultrapassa outro, novamente lentidão. E caminhões ultrapassando outros é algo contínuo. São carretas atrás de carretas.

Por fim, aquela que talvez seja a maior dor de cabeça de todos os motoristas. A Edgard Máximo Zambotto(foto). Ela é estratégica aos caminhoneiros, pois liga a Anhanguera, região industrial da capital e de Jordanésia ao polo industrial de Jarinu e Atibaia, além de ser acesso prático à Rodovia Fernão Dias e à Rodovia Presidente Dutra a partir de Jacareí. Esta rodovia é pista simples do início ao fim, tendo apenas um quilômetro e meio duplicado na região do primeiro acesso a Jarinu. Fora isso, apenas rotatórias no acesso ao Parque do Morango e ao Distrito Industrial. Ou seja, em 95% da travessia do trecho urbano de Jarinu, a rodovia é pista simples, com lombadas e cruzamentos de acesso aos bairros, como Nicola Tafarello, Trieste e Nova Trieste. Tais cruzamentos demandam paciência aos motoristas, conforme o horário só se consegue cruzar a rodovia se dois motoristas, em ambos os sentidos da rodovia, pararem, ou seja, funcionar a gentileza. A terceira faixa, que existe nos pontos de aclive entre Campo Limpo e Jarinu, inexiste neste trecho urbano de Jarinu. E nem seria ideal, devido às entradas e saídas dos bairros citados onde o cruzamento se faz com a gentileza dos motoristas.

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Atibaia e Jarinu, estâncias climáticas. Cidades turísticas. Jarinu pertence à RMJ e ao extinto Aglomerado Urbano, que existiu por quase dez anos. Uma região unida aos polos mais ricos do estado paulista. RMSP, RMC. E também a Região Bragantina. Municípios ricos, que sustentam muito a economia do estado. Impostos que o governo arrecadou fartamente. E fica a pergunta: por que nossa mobilidade continua travada? Por que não se investiu de acordo nos últimos vinte anos, se todos os gestores assistiam a rápida ascensão industrial, imobiliária, turística? Será que eles têm em mãos as estatísticas, número de caminhões que transitam diariamente por estas rodovias? Gostaríamos de saber. E eliminarmos nossas dúvidas.

GEORGE ANDRÉ SAVY

Técnico em Administração e Meio Ambiente, escritor, articulista e palestrante. Desenvolve atividades literárias e exposições sobre transporte coletivo, área que pesquisa desde o final da década de 70.

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