A negação da NEGRARELATIVIDADE

NEGRARELATIVIDADE

Negar o preconceito no Brasil é o mesmo que querer incutir na sociedade que não existe uma enorme quantidade de golpistas na Internet, desqualificando a tecnologia e desmerecendo a inteligência artificial. Essa conversa é praxe no cotidiano, nem sempre prova. Mas é evidência da negação da negrarelatividade.

Não é fácil entabular uma conversa para falar desse assunto, mas como se defender das ciladas? Ficamos enrascados, embaraçados e embasbacados por não encontrar, de imediato, as respostas para desenvolver e fazer a trajetória contrária? Reflexiva importante de que gestos ou atitudes teríamos que ter para interpretar isso? 

Retórica, perspectiva ou perspicácia? Na atividade principal de todo dia, escrever a representação. Arte necessária de impacto pela negrarelatividade. Como um curativo/depurativo da emoção, para não ficarmos como um sideral numa conversa fiada.

Um assunto tem sido destaque nas redes sociais e jornais televisivos: a performance de Fernanda Montenegro como Vitória, num filme sobre a vida de uma senhora Negra (portanto, baseado em fatos  reais) que viveu no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana e se chamava Joana Zeferina da Paz(ambas na foto). E com 80 anos de idade, denunciou o tráfico de drogas e policiais, em 2005. Ela tinha provas. Documentou tudo, filmou, fotografou e detalhou dias e horários. 

Essa mulher levou à prisão traficantes e policiais corruptos.

Questionado o motivo da escolha de Fernanda para o papel, responderam que o filme tinha sido iniciado “antes da revelação” da etnia da protagonizada. Colocado em votação na internet, todos acharam “normal” e sem problema nenhum a Fernanda encarnar a personagem. Que ela é uma ótima atriz e a cor da pele é o que menos importa e sim os fatos. 

Ah! Quer dizer que  nesse caso pode?

Vidas negras importam, sim! Então, o problema no Brasil do preconceito não é a cor da pele, é a falta de caráter de quem faz uso disso pra se dar bem na vida.

Os homens só agem com elegância quando recebem. As pessoas precisam ouvir mais Caetano Veloso para se entenderem no dia a dia e ouvir Chico Buarque para se encontrarem na vida. O ‘semancol’ da sustenta/inclusão, para terem convicção que as coisas acontecem realmente. 

LEIA OUTROS ARTIGOS DE LUIZ ALBERTO CARLOS

ARMADILHAS PARA NEGROS

PARA AS MULHERES

BALUARTES

E se fosse a Zezé Motta que interpretasse uma senhora branca brasileira, a aceitação seria a mesma? Mesmo sendo a Zezé uma atriz reconhecida internacionalmente? Inclusive no caso do filme em questão a Zezé séria mais coerente pois além de negra tem a mesma idade da dona Joana na época dos fatos.

E se ao invés de Ailton Graça para o papel de Mussum no filme do mesmo nome, sobre a vida do famoso comediante negro dos Trapalhões e músico dos Originais do Samba, tivessem contratado o Antônio Fagundes? Antigamente pintaram de preto a Virginia Lane para fazer o musical ‘Boneca de Piche’ ao lado do Grande Otelo. Atualmente despistaram essa intenção. Ou será que despintaram essa necessidade? 

Devemos continuar insistindo nessa narrativa, para nunca abandonarmos nossas origens e a negrarelatividade. É disso que eles tem medo!!! Laroyê Agalieraps, salve!!!(Foto: mundonegro.inf.br)

LUIZ ALBERTO CARLOS

VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES