São muito claras as situações e ciladas, armadilhas e artimanhas das mais diversas, tudo para tentar dificultar ou retardar o progresso da raça negra ou sua evolução natural a que tem direito. Fala-se muito em direitos humanos, mas na prática a coisa é outra, sempre embaraçada por empecilhos criados por quem poderia resolver a situação. A preferência é por criar desvios e empurrar com a barriga, dizendo que no tempo certo as coisas se acertarão devidamente. Falando de cultura e entretenimento, um tempo não muito distante, dificultavam a vida das pessoas negras de uma tal maneira que precisariam terem feito um Globo Repórter do tipo: “pessoas negras como vivem? Onde habitam? O que fazem? Negros têm direitos? Foram escravos ou foram escravizados? Tem talentos iguais aos brancos?”.
Falavam que os negros por serem pobres, tinham uma condição menos favorável, por isso não estudavam nem tinham as mesmas oportunidades que os brancos, faziam parte de uma minoria que pouco incomodava.
De repente há uns dois anos mais ou menos, apareceram “negros capazes” de todos os lados. Hoje já os vemos aos montes, nos programas televisivos, jornais e noticiários, novelas, reality show, e grandes realizações com importantes participações também. Onde eles estavam? De onde apareceram? Qual a mágica? Brotaram de onde? Surgiram do nada? Por encanto…
Será que as emissoras poderosas estão passando por dificuldades e os negros estão se sujeitando a trabalhar aceitando salários menores? Parece-me que indiretamente de um jeito ou de outro, muito contra a vontade de alguns, isso tem acontecido. Mas, como nem tudo sempre é felicidade e não sai como se quer, o problema maior é o Galpão das Docas D. Pedro II(foto).
Idealizado e construído pelo arquiteto negro André Rebouças, no cais do Valongo, o primeiro local do desembarque dos negros que foram escravizados no Brasil, e que foi tombado como patrimônio universal pela Unesco, tem um projeto de um museu, para todos conhecerem a verdadeira história que tem que ser contada da diáspora africana e dos negros que foram desterrados e obrigados a trabalhos forçados aqui no Brasil.
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Há um racismo estrutural estabelecido, que mantém o preconceito, baseado na cor da pele e todos fingem não existir. Disfarçadamente preferem deixar de lado, deixar pra lá, deixar pra depois.(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

LUIZ ALBERTO CARLOS
Natural de Jundiaí, é poeta e escritor. Contribui literariamente aos jornais e revistas locais. Possui livros publicados e é participante habitual das antologias poéticas da cidade.
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