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NEGROS: Autocrítica e cultura

negros

Os negros precisam de autocrítica para criar uma cultura de aplicação das leis. Direitos iguais são um sonho possível. Trabalhar discordâncias, aceitar diferenças, ver o nível da indignação das comunidades. Filosofar só se souber a causa. Quando é, onde a gente vai se encontrar no mundo? Quando a gente vai se encontrar no novo? Teremos que ter desenvolvimento pessoal, não o de personagens usando máscaras.

Escrevo muito porque é preciso. Caso contrário fico até um tanto atarantado. Quero acrescentar o que nunca tive e deixar para meus descendentes um pequeno legado. Coragem e experimentar o novo, consciência de conhecimento adquirido. 

Tratar a vida de maneira leve, numa linguagem catalisadora da legitimidade. Elegância e sequência, comportamento liberdade. Parece loucura: não quero ficar rico e famoso. Mensagem cabeça, sem exceder os limites.

Não sou favelado, sou negro, não nasci na periferia. Vivi o tempo todo no Anhangabaú, bairro elegante. Quiseram comercializá-lo, mas não vingou. Todo comércio relâmpago que aqui abre, termina e fecha mais rápido que a luz de um raio. Sem exagero! Além do trevo na Anhanguera que nos liga com o estado de São Paulo e facilita a logística poderosa com outros estados.

Hoje há o movimento barulhento, buzinas e sirenes, bombeiros e polícia. Fora o som das motos dos entregadores. Atropelamentos e acidentes nos cruzamentos entre automóveis e motos. Não é um condomínio fechado, mas tem imagens que podem fazer um documentário, com a grife “Visto de cima”. Uma vista panorâmica linda e uma bela paisagem, sem contar o verde dos jardins e praças. 

Vendo duas reportagens em dois programas da TV, sem querer e só por ser um bom observador, percebi como o preconceito no Brasil é estrutura. Os repórteres são condicionados a darem a notícia de acordo com as ordens que receberam dos superiores. 

Um dos repórteres, ao falar de homens negros, os cidadãos pretos que se destacaram no país, falou do processo de “clareamento” que tentaram lhes incutir para que fossem aceitos. Um outro, ao explicar como agem as milícias do crime organizado, referindo-se ao “branqueamento” e lavagem de dinheiro, citou a gíria ‘grana preta’. Entenderam?

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Na interpretação de roteiros e textos qual é a distância entre o calcanhar e o tendão de Aquiles? O racismo no Brasil vem desde antes do início. Tolstói diz: “seja universal falando da sua aldeia”. Por isto sempre falo do Anhangabaú. 

Velhice é totalizar a sobriedade. O desejo de ócio é saber como estar do outro lado do absurdo. 

Nós, os negros, temos todos os nossos segredos guardados numa caixa preta. A hora que for aberta todos ficarão surpresos. Ela guarda informações importantes e de grande valor.(Foto: Spencer Selover/Pexels)

LUIZ ALBERTO CARLOS

Natural de Jundiaí, é poeta e escritor. Contribui literariamente aos jornais e revistas locais. Possui livros publicados e é participante habitual das antologias poéticas da cidade.

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