“Cara de palhaço, pinta de palhaço, roupa de palhaço, foi esse o meu amargo fim…” Escrita em 1961 pelos compositores Heraldo Barbosa e Luiz Reis, a música Palhaçada, de onde retirei esse refrão inicial, bem que poderia ser escolhida como o hino dos consumidores dos sanduíches do McDonald´s. Sim leitor (a), a maior rede de fast food do planeta colocou à venda um hambúrguer chamado McPicanha, cujo ingrediente principal consta tão somente do nome e não do recheio. Simples assim. Felizmente, os órgãos de defesa dos consumidores agiram e notificaram a empresa, mas é um verdadeiro acinte à ética. Mais uma vez, o consumidor teve de vestir seu nariz vermelho.
Não há quem nunca tenha sido ludibriado por alguma empresa espertalhona, que utiliza de meias verdades para conseguir emplacar seu produto? Isso existe desde sempre e a ideia é uma só: levar vantagem. Pena que o McDonald´s tenha entrado nessa vibe, afinal, essa empresa tem um marketing sideral, não precisa usar deste tipo de enganação para ampliar sua carteira de clientes. Quem acredita, agora, que o McChicken é feito de frango?
Dando uma olhada mais detalhada no Google é possível encontrar muitas outras “sacanagens” cometidas contra nós, consumidores, e apontadas por institutos oficiais de verificação, como o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor). Alguns exemplos podem ser observados nas prateleiras dos supermercados. É só ficar atento aos rótulos dos produtos (que ficam na frente da embalagem) e às etiquetas dos ingredientes, sempre no verso e em letras minúsculas. Em inúmeros casos, as informações são conflitantes. Traduzindo para o bom português: palhaçada!
Anos atrás, o Idec identificou anomalias entre alguns produtos vendidos no país e divulgou uma lista com itens bem conhecidos do público. O copinho de requeijão que contém entre seus ingredientes apenas amido e gordura vegetal. O azeite, que promete ser extra virgem, mas foi batizado com óleo de soja. O mel que não vem das abelhas, mas sim de uma mistura de glicose, melado de cana e açúcar refinado. O leite com chocolate pronto, na caixinha longa vida, que na realidade não tem leite, é apenas uma junção de soro misturado com leites reconstituídos e outros que tais que não constam do rótulo principal.
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Esses são apenas alguns exemplos de distorções entre o que compramos e o que realmente levamos para casa e comemos. Felizmente (eu acredito nisso!) essas trapaças contra o consumidor são exceções. A maioria esmagadora das empresas é idônea e cumpre o que promete. Por isso, não podemos generalizar. Mas, como “o seguro morreu de velho”, é sempre bom ficar de olhos bem abertos nas próximas compras, ou a música Palhaçada vai continuar a soar como trilha sonora para grande parcela de consumidores brasileiros. Som na caixa DJ!
VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.
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