NUNCA DIGA desta água não beberei

nunca diga desta água

Entupidos com muito bacalhau e ovos de Páscoa, agora os brasileiros se preparam para um acontecimento inusitado, para dizer o mínimo: comemorar o Carnaval depois da Semana Santa. Isso seria impensável antes da pandemia da Covid, não é mesmo? Tradicionalmente, essa comemoração marca o início da Quaresma, período considerado pela Igreja Católica como momento de reflexão e penitência. Só que este ao, colocaram o carro à frente dos bois e tudo virou uma grande confusão. Tanto que pouquíssimas pessoas se dão conta de que neste final de semana teremos desfile de escolas de samba em São Paulo e Rio de Janeiro. Como dizem por aí, nunca diga desta água não beberei, afinal, mesmo as tradições mais seculares podem cair por terra.

E como não poderia ser diferente, essa mudança de data transtornou completamente o clima da folia. Ou melhor dizendo, jogou um balde de água fria na animação dos foliões. Aqui e acolá eu vejo pelo Facebook ou Instagram manifestações de alguns conhecidos que deverão desfilar na capital por alguma escola. Mas são raras. Em Jundiaí, então, nem o som do tamborim ou do surdo nas sedes das escolas anunciam que estamos às vésperas de um Carnaval fora de hora.

Por causa da pandemia, o Brasil ficou totalmente sem Carnaval em 2021 e este ano terá um arremedo de folia, com desfiles e apresentações bem controlados. Não quero aqui desmerecer o Carnaval, pelo contrário, sempre gostei muito desta festa. Ainda criança ia às matinês e na adolescência não perdia um baile nos clubes. Elaborar as fantasias era a parte mais gostosa desta festa. Cheguei a desfilar na União da Vila aqui em Jundiaí. Portanto, posso dizer que na minha história o Carnaval sempre teve um lugarzinho especial.

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Mas agora os tempos são outros. O Carnaval ganhou um novo perfil. Mas o que chamou mais a minha atenção nos últimos dois anos é que o Brasil e os brasileiros conseguiram sobreviver muito bem sem essa folia. As pessoas continuaram suas vidas mesmo sem confete e serpentina. Se algum guru tivesse previsto que não teríamos Carnaval no país do Carnaval, com certeza teria sido escrachado como charlatão. Mas essa profecia, que parecia inimaginável, se concretizou, graças à pandemia. O que reforça a veracidade do ditado que dá título a essa crônica: nunca diga desta água não beberei….(Foto: br.freepik.com)

VÂNIA ROSÃO

Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.

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