Na pousada da dona Natalina, PALMAS PARA NÓS

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14 de maio de 2022

Hoje é dia de percorrer a maravilhosa Serra dos Limas, caminho para Andradas, e este é um momento especial, porque faltam apenas duas etapas para chegar ao nosso destino. Andradas fica entre o Pico do Gavião e a Pedra do Elefante. Tem muitas cachoeiras e também plantações de uvas e rosas. Sabe quando a gente viaja numa ideia de mudar para um lugar e começar algo novo? Andradas é um lugar que sempre esteve no topo desta lista. Saímos bem cedo de Barra, antes uma foto com o João e Joelma e duas peregrinas que estavam começando o caminho. Eu com meu novo sapato, descansada e feliz porque no meio do caminho estava a dona Natalina, e com sorte teria uma almoço típico mineiro feito no fogão a lenha a nossa espera. Além de, acreditem, palmas!

O cão peregrino estava com uma energia extra. Parecia que ele sabia que faltava pouco para completarmos nossa aventura. Então ele seguiu solto e eu me senti leve seguindo a energia do caminho que o ‘Pê’ abria para mim.

Logo avistamos a vila onde fica a pousada da dona Natalina(foto acima). Ao chegarmos na entrada tinha um grupo enorme de peregrinos reunidos em uma grande mesa na área externa. No Caminho da Fé, sentar à mesa para as refeições é um ritual. Assim novas amizades nascem e trocas de experiências acontecem. Eu e o Pepê paramos um pouco para apreciarmos a beleza de estarmos naquele momento ali. E quem seriam esses peregrinos? Quantas coisas para aprender e receber ali! E foi neste instante que o grupo parou para nos olhar e de repente algo inusitado aconteceu, fomos ovacionados, momento que me fez chorar de emoção. Muitos já sabiam da nossa jornada e fomos recebidos com palmas, sorrisos e muito amor. Então contei um pouco da experiência e o que eu estava sentindo naquele momento. Depois das palmas e muita conversa, almoçamos juntos e nos despedimos, seguindo cada qual uma direção…

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A vida da gente é feita de encontros e no Caminho cada encontro tem um significado especial. Essa energia foi o combustível para chegarmos ao nosso penúltimo destino com muita facilidade e lá fomos recebidos por um homem incrível, o Wagner, em seu hotel no centro da cidade, feito especialmente para receber os peregrinos do Caminho da Fé. Eu queria ficar naquele hotel para sempre, morando, recebendo os peregrinos e durante o jantar eu logo perguntei: “tem vaga para eu trabalhar aqui, Wagner? O que você acha dessa ideia, Peregrino?”. Andradas foi a cidade que quase me fez desistir do Caminho em 2016. Agora era a cidade eleita para eu continuar e quem sabe até viver lá! Em dois anos quantas coisas mudaram na minha vida. Eu via possibilidades e não tive medo de ousar em sonhar.