Jundiaiense da Nasa fala sobre os 50 anos do POUSO NA LUA

LUA

Duília Fernandes de Melo (foto ao lado), nascida em Jundiaí e pesquisadora-colaboradora da Nasa, disse que os norte-americanos deverão fazer grandes celebrações para marcar os 50 anos da chegada do homem à Lua. Ao JA, ela falou sobre a importância deste feito e comentou o fato de que muita gente acredita que tudo não passou de uma farsa transmitida no dia 20 de julho de 1969. A entrevista com Duília:

O que significou a chegada do homem ao satélite da Terra?

O pouso foi uma virada na situação da corrida espacial da época. Os Estados Unidos estavam perdendo para a União Soviética que já tinha colocado um homem em órbita. O então presidente americano, John Kennedy fez uma grande campanha para que os Estados Unidos fossem os primeiros a chegar à Lua. Apesar da tecnologia da época, o que dispunham foi o suficiente para os pioneiros alcançarem os objetivos da missão. Foi marcante porque a partir daí, os Estados Unidos passaram a dominar a corrida espacial.

Qual a importância desta viagem na prática?

Foi muito além da Guerra Fria travada por americanos e soviéticos, capitalistas e comunistas. Foi a concretização do sonho do homem de sair do planeta e chegar até outro corpo celeste. Daqui muitos e muitos anos, quando perguntarem qual foi o fato mais importante do século 20, certamente responderão: o pouso na Lua. Foi um feito espetacular(veja vídeo abaixo).

O que aprendemos com esta aventura?

Os astronautas trouxeram 300 quilos de pedras lunares que foram estudadas. Então, passamos a entender melhor a composição da Lua e também conhecer mais profundamente as origens da Terra. As duas foram formadas juntas…

Muita gente acredita que tudo não passou de uma farsa…

É complicado. Mas tem gente que não quer compreender que sim, o homem chegou à Lua e isto é um fato. Temos provas. Nós fomos lá. Temos pedras lunares. Doze homens andaram no satélite. Nada foi inventado.

E a história de que a bandeira americana estava se mexendo e na Lua não há vento?

Isto já foi explicado. A bandeira estava embrulhada em um plástico. A tiraram pela haste. Era normal então que a bandeira se movesse. Mas existem pessoas que preferem não entender isto. Não querem acreditar na capacidade humana de sair da Terra. Este é um exemplo de que as ‘fake news’ ocorrem há muito tempo. Estivemos na lua! Também é interessante ver como a humanidade evolui e ao mesmo tempo regride. Enfim, tentamos ter paciência e explicar sempre o correto às pessoas que querem acreditar em conspirações.

Como está o programa espacial americano?

Foram seis viagens à Lua. Depois, em 1972, o Congresso decidiu suspender a missão Apolo. Era algo muito caro e perdeu-se um pouco da expectativa em torno das viagens. Foram definidas outras prioridades como mandar robôs para Marte e sondas para todo o sistema solar.

E se houvesse dinheiro?

Acredito que se houvesse dinheiro, os Estados Unidos teriam voltado à Lua outras vezes. A Nasa agora tem novas prioridades, um telescópio capaz de estudar o universo primordial, outro que irá estudar a energia escura, que é o maior enigma da Astrofísica. No Universo existe 70% de uma matéria que não sabemos do que é feita. Está na hora de entendermos melhor o Universo. A missão para o futuro é esta.

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E a ida do homem até Marte?

Não há financiamento para este projeto…

Como serão as comemorações que marcarão os 50 anos da chegada do homem à Lua?

Com certeza, os americanos vão comemorar muito o dia 20 de julho próximo. Alguns astronautas ainda vivos e com saúde, vão participar da festa.

Estamos sozinhos no Universo?

Ainda não há nada que comprove que estamos sozinhos ou acompanhados. Nada indica que sejamos os únicos. Poderia haver vida em outros lugares. O contato entre as civilizações é que é o problema. As distâncias são enormes. E existe ainda a questão da simultaneidade. É como procurar duas agulhas da mesma marca num palheiro. Continuaremos procurando mesmo com a probabilidade pequena. Não encontramos nem vestígios de micróbios. Chega a ser frustrante. Mas, uma hora, quem sabe, daremos sorte de encontrar ou sermos encontrados. Acredito que haja vida fora da Terra. Só não acredito no contato…


Créditos

Foto/Duília: redes sociais – Foto/astronauta: Nasa – Vídeo: geografia e ensino de geografia