Desde a metade do século passado o processo educativo passou a considerar as aprendizagens para além dos aspectos essencialmente cognitivos. Os conceitos das competências socioemocionais são cada vez mais presentes na formação escolarizada ou não. Ao saber e ao saber fazer se somaram os aspectos dos relacionamentos, sobretudo nas práticas profissionais. As formações hoje incorporam todos esses elementos como essenciais para qualquer atuação no mundo do trabalho. Dentre elas se destaca pela proximidade e dependência a convivência com os prestadores de serviços.
Mecânicos, eletricistas, encanadores, instaladores, apenas para citar alguns, fazem parte do nosso quotidiano inevitavelmente. Se nos profissionais, em geral, nem sempre encontramos as competências socioemocionais que esperamos é nestes prestadores de serviços que mais sentimos sua falta. Do descompromisso à total incompetência tudo pode ser encontrado. Evidentemente não estamos falando daqueles que nos atendem com precisão e eficiência com um profissionalismo exemplar, mas daqueles que não aparecem, não cumprem prazos, não resolvem os problemas, sem contar os que pedem um adiantamento e somem.
Para além do conhecimento técnico é no respeito às relações com o cliente que se encontram as maiores dificuldades. Quando buscamos estes serviços, muitas vezes de urgência, esperamos que o que foi combinado seja cumprido. Por vezes o contratado recebe adiantado e depois o cliente tem que ficar implorando para o prestador aparecer e descobre, depois das mais esfarrapadas desculpas, que nunca houve real preocupação com a execução do serviço. O cliente tem, ainda, que fazer enorme esforço para receber de volta o que foi adiantado. Ao adotarem esta postura o “profissional” nem sempre se dá conta que assim compromete sua imagem e, por vezes, a da sua categoria.
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São destas competências socioemocionais que estou falando. As escolas, em especial as profissionalizantes, têm que trabalhar em seus currículos estas competências que serão o grande diferencial na formação e que permitirão aos seus egressos uma participação profícua no mundo produtivo. Os currículos elaborados dessa forma possibilitam a inclusão de uma série de temas transversais e a utilização de diferentes metodologias criando um vínculo que fortalece as aprendizagens significativas. São estas habilidades e competências que não são ensinadas em nenhuma disciplina específica que transformarão os formados em indivíduos com potencial de sucesso em suas carreiras.
A formação profissional fora da escola, muitas vezes determinantes para prestadores de serviços, faz parte da nossa realidade educacional e não está isenta dos aspectos socioemocionais nas suas atividades laborais.(Foto: Cena do filme ‘O Pentelho’, 1996/Divulgação)
FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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