Cenário Econômico: reforma DESIDRATADA da Previdência toma forma

PSDB – Juntando as peças desde a saída de Bruno Araújo (PSDB) do Ministério das Cidades na última segunda-feira (13), Temer deu a largada para a reforma ministerial e o líder do governo no Senado, Romero Jucá, já garantia 17 ministérios para os parlamentares do centrão, mas todo esse ímpeto já foi freado. Segundo a Folha de S. Paulo, sob pressão dos partidos de sua base aliada, Temer recuou e vai reavaliar a decisão de fazer uma reforma ministerial ampla no fim desse ano – em que sairiam do governo todos os políticos que disputarão eleições em 2018. Agora, ele estuda fazer a reforma por etapas, com substituições pontuais no primeiro escalão do governo. Depois da pasta das Cidades, será a vez da Secretaria de Governo do tucano Antônio Imbassahy, que manda também na presidência do BNDES. “A reforma ministerial será em etapas, ele não vai mexer em todo mundo, nos 17 ministérios agora. O presidente ressaltou que o governo está dando certo, que a equipe está dando certo e que vai mexer pontualmente”, afirmou o vice-líder do governo, Beto Mansur, que entregará o mapeamento da base aliada para o presidente no final de semana. Enquanto o presidente junta as peças para conseguir os 308 votos necessários para a aprovação na Câmara, a reforma da Previdência desidratada vai tomando forma.

Otimismo de volta – A volta do feriado da bolsa de valores brasileira foi bastante otimista. Depois do tombo do último pregão na terça-feira (14), o Ibovespa disparou e recuperou o patamar de 72 mil pontos nesta quinta, refletindo a alta dos ADRs (American Depositary Receipt) brasileiros negociados em Nova York ao longo do feriado e com os investidores acompanhando de perto o desenrolar da reforma ministerial no Brasil e da tributária nos EUA.

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Feriado – Apesar do feriado, o noticiário do mercado financeiro não parou. A negociação com recibos de ações das empresas brasileiras, medida pelo Brazil Titans 20, tiveram uma reviravolta no meio do pregão do feriado brasileiro, puxado pelos dos ADRs da Petrobras e Vale, fato que gerou uma expectativa menos pessimista, para a volta dos negócios na Bovespa.

Maia X Temer – A política segue no centro das atenções. Irritado com Temer após ter assinado MP (Medida Provisória) alterando pontos importantes da reforma trabalhista na última terça-feira (14), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deu um ultimato ao presidente: ou o governo envia o novo texto da reforma da Previdência na próxima semana, ou não haverá chance nenhuma de votação neste ano.

Reforma de Trump – Em meio ao aumento das incertezas, a reforma tributária de Donald Trump será votada no plenário da Câmara nesta quinta-feira, onde deve ser aprovada sem grandes dificuldades (assim o mercado espera). O vice-líder republicano na Câmara, Patrick McHenry disse que se sente confiante em obter os votos. As coisas ficam mais complicadas no Senado, onde os republicanos querem adiar o corte dos impostos corporativos dos atuais 35% para 20% neste ano para 2019 e decidiram incluir na reforma a revogação do Obamacare, tema polêmico que pode complicar e atrasar os debates.


DIOGO YAMASSAKE

Profissional do Mercado Financeiro certificado pela Comissões de Valores Mobiliários(CVM) e PQO BM&F Bovespa. Contato: diogo.yamassake@wiseadvisors.com.br