Cenário Econômico: reforma de TRUMP mexe com bolsas no Brasil

Queda – A bolsa de valores brasileira voltou a escorregar ontem, fechando aos 72930 pontos com -1,93% de recuo, depois de uma quarta-feira otimista por conta dos esforços do governo em salvar a reforma da Previdência, e acompanhou as bolsas dos EUA, que recuaram com especulações de que a reforma tributária de Donald Trump pode ser adiada.

Redução de Impostos – Enquanto daqui só vemos os impostos subirem e o Estado oferecer um serviço cada vez pior aos cidadãos, os senadores republicanos querem cortar o imposto das empresas por lá. Mas, a decepção do mercado residiu no fato de que isso deverá ocorrer apena a partir de 2019, num momento muito diferente do pretendido pela Câmara, que prevê a entrada em vigor já no início do ano que vem.

Resultados – Ainda falando sobre os EUA, chama atenção o desempenho das empresas nessa temporada de resultados do terceiro trimestre. Segundo levantamento, 85% das empresas já divulgaram os seus números e 75% dos balanços apresentaram resultados acima do esperado, comprovando o bom momento operacional das companhias, principalmente do lado do setor de tecnologia, com destaque para Apple, que se tornou a primeira empresa de capital aberto a atingir o valor de mercado de US$ 900 bilhões.

Desidratação – E por aqui, a novela da previdência segue intensa. Na coletiva de imprensa convocada na quarta-feira (08) pelo deputado Arthur Maia (PPS-BA), o relator da reforma não detalhou como será a reforma, mas deixou bem claro que duas cláusulas são fundamentais e que sem elas a reforma não se justificaria: a idade mínima e o fim da aposentadoria integral para altos salários do serviço público para equalizar com o setor privado.

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Cronograma – A estratégia é aprovar o novo texto em dois turnos na Câmara até o dia 15 de dezembro e terminar a votação no Senado em fevereiro de 2018, ressalta o Estadão. Em uma escala de 1 a 10, Maia atribuiu um 10 às chances da Previdência ser aprovada: “do que está perdido, a metade é um grande negócio. É melhor conseguir que a Previdência, em vez de economizar R$ 800 bilhões, economize R$ 400 bilhões, do que não economizar nada”, afirmou.

Governabilidade – Apesar dos esforços, os partidos aliados reconhecem que o governo não possui os 308 votos para aprovar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional), ainda mais um tema tão polêmico a um ano das eleições. A situação nunca foi tão ruim para o governo, neste sentido, antes de lutar pela Previdência, Temer precisa correr com a reforma ministerial para acomodar o “centrão” para voltar discutir o andamento da pauta no plenário e reorganizar sua base aliada. O descontentamento de grande parte dos aliados tem relação à situação do PSDB no governo, que, mesmo sem apoiar Temer condicionalmente, ainda possui voz nos ministérios, enquanto os aliados que votaram a favor do presidente na Câmara estão “a ver navios”.


DIOGO YAMASSAKE

Profissional do Mercado Financeiro certificado pela Comissões de Valores Mobiliários(CVM) e PQO BM&F Bovespa. Contato: diogo.yamassake@wiseadvisors.com.br