Religiões Afro-brasileiras: Projeto aprovado. 7 saíram do plenário

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A Câmara Municipal de Jundiaí aprovou, nesta terça-feira(18), o projeto do 14382/2024, que tornam as religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé, Patrimônio Cultural e Imaterial da cidade. Como já era previsto, o autor do projeto, vereador Paulo Sérgio Martins, sofreu resistência de outros parlamentares. A proposta recebeu 11 votos favoráveis. Oito vereadores(incluindo o presidente Antônio Carlos Albino, que não vota), deixaram o plenário antes da votação ter início(foto principal). Martins, que é umbandista, já declarou que se sente excluído e discriminado pelos outros vereadores. Agora, o projeto irá para a sanção do prefeito Luiz Fernando Machado. Se ele aprová-lo poderão ocorrer campanhas educativas e de conscientização sobre a importância histórica, cultural e espiritual das religiões de matriz africana. Caso Machado vete, a proposta voltará para a Câmara e os parlamentares poderão, ou não, derrubar a decisão do chefe do Executivo.

Quando Martins começou a falar sobre a iniciativa surgiu a possibilidade de a votação não ocorrer. Aparentemente não havia o número suficiente de vereadores para apreciar a proposta. “A Umbanda é uma religião cristã. Acreditamos em Deus, em Cristo. É tão cristã quanto católicos e evangélicos. É tão espontânea, tão aberta que queremos homenagear as religiões afro-brasileiras e o espiritismo. Queria mostrar que esta Câmara não é tão radical e peço os votos de vocês. Entendo os que saíram do plenário, os que votarão contra. O voto contra ou a saída demonstrará intolerância religiosa”, disse.

O vereador Faouaz Taha, que é muçulmano, parabenizou o projeto de Martins. “A pluralidade e respeito a todas religiões é importante. Uma grande parcela da população da cidade frequenta terreiros. Este projeto vai ao encontro dos dias de hoje, de respeitarmos todos e abrir espaço para defender a própria fé. Quando vou aos terreiros vejo as imagens dos santos, de Jesus. Só vi coisas boas, todos pregando amor e paz. Existem muitos preconceitos e mentiras faladas sobre estas religiões. É importante fazer a propaganda do bem. Existem muitas maldades e preconceito. O mundo já está cheio de ódio. Nós, parlamentares, precisamos reduzir o ódio. O vereador Cícero Camargo também elogiou a proposta. “Deus é um só. Não importa religião sem fé. Somos todos irmãos”, disse.

Depois da votação, Martins, dirigindo-se ao vereador Madson Henrique, afirmou que “comprovamos que nesta Câmara há intolerância religiosa. A ridícula pauta de costumes vibra nesta Casa como o projeto do aborto que não tem nada a ver com Jundiaí. Já votei um monte de coisas bobas. A gente tenta ser irmão mas não consegue ser entendido. Com esta votação vocês estão falando que os evangélicos são melhores que os umbandistas. Nós somos irmãos. Não venham aqui falar no amor de Cristo”. Madson respondeu: “não é bem assim, Paulo. Onde o senhor estava na votação do projeto do aborto? Não vi seu nome na telinha”.

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