O Rei da Graça e o REINO DE RISOLÂNDIA

risolândia

Em uma terra distante, muito tempo atrás, algumas pessoas fundaram o reino da liberdade e deram-lhe o nome de Risolândia. Ali se podia tudo. Todos agiam como queriam e diziam o que bem entendessem. A liberdade, naquelas bandas, era a mais absoluta e ninguém podia impedir o outro de fazer nada. Era proibido proibir. 
 
Como todo reino, Risolândia tinha um Monarca. Era um sujeito sorridente e que gostava de contar piadas. Até quando o assunto era sério, fazia troça. Falava alto, com a boca cheia, deixando cair migalhas sobre um grande barrigão. E todos riam. Uma parte do povo, ao menos. Ganhou, por isso, o nome de Rei da Graça.  
 
Com o tempo, porém, algumas pessoas passaram a se incomodar com o Rei da Graça, porque ele resolveu que divertiria apenas os amigos próximos. Para ser seu amigo, por sua vez, era necessário rir de suas piadas. Quem o bajulava, ganhava graça; quem não, a desgraça. Mas nem todo mundo aceitou essa condição. Muitos não gostavam das piadas porque eram agressivas e ameaçavam a existência do reino!

Um dia, nervoso por não ser gostado por todos, o Rei da Graça juntou seus seguidores e determinou que cortassem a língua de quem não o apoiava. E garantiu impunidade a todos: se o Supremo Tribunal de Risolândia condenasse um amigo seu, o Rei de Risolândia imediatamente lhe concederia um perdão mais supremo ainda – que resolveu chamar de “graça”. E assim foi.

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Os seguidores do rei saíram à caça e cortaram a língua de todos os que parecessem minimamente emburrados. Tentaram cortar até a dos Juízes Supremos – mas o Rei da Graça preferiu deixá-los sem graça, concedendo graça a todos que quisessem acabar com a graça.

Não é que deu certo? Agora, no Reino de Risolândia, todos riam histrionicamente. Riam do Rei da Graça e riam de quem não tinha língua. Tudo era motivo para riso. Risolândia agora era o reino do riso. Um riso de quem não sabia sorrir mais.(Ilustração: capa do álbum ‘Troco Like’, Tiago Iorc, 2015)

FILIPE LEVADA

É juiz de Direito

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