O que diria RUI BARBOSA?

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Rui Barbosa, que elevou o nome do Brasil em Haia, cognominado “Águia de Haia”, chegou a ser candidato a presidente, na célebre campanha civilista. Perdeu nas duas vezes em que disputou o pleito. Em 1910, perdeu para Hermes da Fonseca. Em 1919, perdeu para Epitácio Pessoa.

Notável brasileiro, cuja influência perdura até hoje – por exemplo, foi quem se inspirou na Suprema Corte Americana para criar o STF brasileiro – defendeu ardorosamente as liberdades civis e se empenhou na campanha abolicionista. Representou o Brasil na Segunda Convenção de Haia e defendeu a participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial, ao lado dos aliados.

Quando ministro da Fazenda, pessoalmente ordenou a destruição de todos os registros sobre a escravidão. Acusam-no, por isso, de impedir a identificação das raças, etnias, famílias e demais dados de origem dos africanos que foram forçados a vir para o Novo Mundo. Em virtude de sua gestão na Fazenda, foi exilado na presidência de Floriano Peixoto, pois suas políticas econômicas – o célebre Encilhamento – conduziram o país à quase bancarrota.

Foi a figura mais influente na redação da Primeira Constituição Republicana, a de 1891. Sustentava a superioridade do dinheiro fiduciário, em oposição ao padrão-ouro, que vigorou em nosso país.

Nada obstante candidato à Presidência da República, sua visão sobre a política não era das melhores. Sobre a política partidária feita em nossa terra, dizia: “a política, essa nobre ciência que engrandece os Estados Constitucionais, degenerada entre nós em arte maquiavélica, em instrumento mesquinho de paixões facciosas e que, em vez de se enobrecer com a liberdade, em vez de se identificar com a opinião, tem sido quase sempre uma violação acintosa das nossas instituições representativas, uma traição sistematizada à consciência pública, um desafio constante à soberania nacional”.

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O que Rui Barbosa diria sobre a política em 2023? O que diria sobre Orçamento Secreto, emendas trocadas com apoio transitório, Fundões Partidário e Eleitoral, troca-troca de legendas, mais de quarenta partidos?(Foto: Lula Marques/Agência Brasil/Sessão solene pelo centenário de morte de Rui Barbosa)

JOSÉ RENATO NALINI

Desembargador aposentado, reitor da Uniregistral, docente da Pós-graduação da Uninove e Presidente da Academia Paulista de Letras.

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