Samy Fortes, ativista LGBT, morre aos 52 anos

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Samy da Silva Fortes, ativista da causa transexual em Jundiaí, morreu na noite de ontem(3). Ela tinha 52 anos e o corpo está sendo velado no cemitério Nossa Senhora do Montenegro, onde será enterrado às 13 horas de hoje. A causa da morte foi câncer. Samy foi colaboradora do Jundiaí Agora.

Em setembro de 2020, ela fundou o CAIS (Centro de Apoio e Inclusão Social para Travestis e Transexuais), com o objetivo de dar uma nova chance a pessoas vítimas de violência e preconceito. Na época, em entrevista à TVTEM, Samy explicou que “o centro disponibiliza tratamento hormonal para os participantes, ações sociais, empregabilidade, enfim, nós temos um trabalho completo e, principalmente na questão da saúde, o tratamento hormonal”.

Em março de 2023, Samy foi à tribuna da Câmara criticar o projeto do então presidente da Casa, o ex-vereador Antônio Carlos Albino, que proibia a realização ou pagamento de tratamentos ou procedimentos hormonais e cirúrgicos de afirmação de sexo, a transgenitalização, em menores de 18 anos. “Este é um projeto sem pé nem cabeça. Tudo o que envolve este assunto é definido na esfera federal. Este vereador gosta de provocar parte da população que sofre com a vulnerabilidade e falta de diversidade. Provavelmente este projeto será aprovado. Se isto realmente ocorrer, vamos derrubá-lo na justiça”, disse Samy na época. A proposta foi retirada da pauta de votação.

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Há quatro anos, ela publicou o seguinte texto nas redes sociais:

Sou travesti negra sim!

Cabelo crespo, encaracolado,
Cabelo e pele como as noites sem luar.
Mas, também sou uma mulher forte, lutadora, conhecedora dos meus direitos.
Sou uma mulher linda, versátil para tudo e também todos, ou pelo menos para alguns.
Me aceito sem muita frescura.
Boca e lábios carnudos,
Sentimentos natos e a flor da pele.
Posso realizar qualquer trabalho, com honestidade e respeito.
Mas, também exijo o mesmo respeito.
Sou cidadã como qualquer outra!
Sou travesti negra sim!
Um jeito que seduz.
Sou como Xica Manicongo,
Tenho muita história para contar deste meu Brasil.
História de preconceito,
História de rejeição e de estigma.
História da Transfobia experimentada, vivenciada…
Sentida diária e diuturnamente.
Sou protagonista da dor, do sofrimento, mas também do progresso!
Sou travesti negra sim!
Sou a matriz desta sociedade
Totalmente rebuscada
E falsamente desorientada e intolerante.
Sou travesti negra sim!
Segregada, discriminada
Mas, sempre serei história.
Da vida…
De vida…
Da luta…
De luta…
E do progresso!… Como muitas e tantas outras mulheres como eu…
travestis e transexuais.
Por quê?
Fiz, faço e ainda estou fazendo este Brasil,
Brasil das milhares de histórias.
Não como as histórias do país das maravilhas…
Mas, mil histórias,
Da vida…
De vida…
Da luta…

De luta.

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