ORIXÁS não são santos

Nem evidencia fatos que podem ser traduzidos para que haja cessão de direitos, não tem equivalência, nem comparação. Muito menos filiais ou franquias, outras patentes ou coisa parecida, que poderia de uma forma qualquer substituir o genuíno. Santos do sincretismo religioso (uma inverdade) jamais poderão sustentar-se como um clichê-slogan da sétima arte “baseados em fatos reais” porque não existe uma realidade relativa, nem mesmo que possa ser dito, a vida imita a arte. A imitação não é tão perfeita e se perde no detalhe.

Os santos indicados no sincretismo viveram na Terra e foram canonizados e santificados “por fatos reais”, baseados em critérios e circunstâncias oficializadas “pelos homens” ao contrário dos orixás, que mesmo fazendo parte da Mitologia Africana são invocados a partir da ação das forças naturais que trazem benefícios e fazem a evolução da humanidade com a pureza das próprias características não com a imposição obrigatória da aceitação para o resgate da “mea-culpa”.

E não adianta arguir que foi criada por “inspiração divina”. Geralmente elas são “pessoais e intransferíveis” e jamais poderão serem usadas para manipulação de massas, que é o que mais ocorre. “Jesus vai voltar e os macumbeiros vão para o inferno” é uma frase de intolerância religiosa. O Grande Pai Maior não disse essa religião é certa e aquela é errada. No livro sagrado está escrito “onde houver duas ou mais pessoas reunidas falando em meu nome, lá estarei”.

Em nossa religião a Umbanda, falamos de Deus. Conhecemos as palavras do livro sagrado, acolhemos todos os conhecimentos para dentro da Umbanda.  Na força da sabedoria indígena, africana, no cristianismo e seus santos, além do espiritismo. E tantos outros conhecimentos de luz.

Nos caminhos da vida de nós umbandistas. Exu é quem chega na frente. Ogum nos acorda todos os dias, e ao lado dele enfrentamos nossas batalhas

Graças a Oxóssi nunca nos falta pão à mesa. Oxum nos fez fértil de pensamentos e sentimentos. Assim como amados e muito amamos. Iemanjá abençoa nossa família. Nanã nos dá sabedoria. Omulu cuida das doenças que médico na terra não resolve. E Ossaim o ajuda com o remédio, que indústria farmacêutica nenhuma é capaz de produzir. Oyá faz as mulheres fortes e corajosas. Xangô nos ensinou que conforme for nosso plantio assim será nossa colheita. 

Aí de nós se não existissem os pretos e pretas velhas. As crianças nos dão alegria de viver. E é no chicote do boiadeiro que toda demanda cai por terra. Caboclo é o nosso ancestral brasileiro, dono dessa terra, a quem devemos honrar todo santo dia em nossa amada Umbanda. Com os ciganos conhecemos o mundo de um todo e o todo está em nós.

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Estamos no Alá de Oxalá que nos veste de paz! Jesus é o nosso companheiro de todos os dias, o maior médium que já existiu…Um grande exemplo a ser seguido. 

O seu Jesus está voltando? O nosso nunca nos abandonou! Pedindo licença e me inspirando na contextualização do Pai Jonathas de Ogum, ao seu Saravá Fraterno acrescento minhas palavras finais: A beleza da Terra, o esplendor do mundo, a magia do Universo. Tudo de graça a nosso dispor para cumprirmos nosso destino. Um grande privilégio divino.

LUIZ ALBERTO CARLOS

Natural de Jundiaí, é poeta e escritor. Contribui literariamente aos jornais e revistas locais. Possui livros publicados e é participante habitual das antologias poéticas da cidade.

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