Há alguns anos presenciei um suicídio. Uma cena que nunca poderia esquecer.
Uma cena densa e que traz muitas reflexões: qual foi o motivo? não havia alguém para ampara-lo ou impedi-lo? alguém percebeu que esta pessoa poderia chegar a este ponto?estava em depressão? tinha família? amigos? tomava remédios?
É uma cena que machuca muita gente: o seu protagonista, família, colegas ou mesmo quem apenas a presencia.
Tratava-se de um homem, de meia idade, bem sucedido, que teve seu último almoço no Terraço Itália e, após pagar a conta e escrever um bilhete à família, se jogou do quadragésimo segundo andar.
Este homem caiu à minha frente.
Parafraseando Renato Russo, na canção ‘Pais e Filhos’: é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã porque se você parar pra pensar, na verdade não há.
A cena terrível não foi o que mais atormentou.
O que atormentou a cada segundo foi sensação de impotência; a sensação de que nada poderia impedi-lo; a sensação de que uma palavra, ou uma mão amiga estendida, poderia ter dado o conforto necessário para superar a situação difícil do momento que o levou à morte.
O objetivo de contar toda esta história é buscar auxílio, ainda que de uma forma singela, para despertar a consciência de que devemos nos importar (sim!) com os problemas das outras pessoas.
Há o Centro de Valorização à Vida esperando por uma ligação!
Nós temos, sim, que dividir nossos problemas! Temos, sim, que confiar nas pessoas que nos amam! Nós temos sim que buscar ajuda nos momentos difíceis (nesses momentos em que os problemas parecem não ter saída).
A porta da casa de um amigo, um familiar, de um psicólogo sempre estará aberta, à espera de um de nossos problemas.
Não hesite em pedir ajuda! Não pense que estará incomodando! Confie e dívida o seu problema com alguém!
Sempre haverá alguém para te amparar! Sempre! Nunca duvide disso!
Para tanto, precisamos solicitar o auxílio, precisamos demonstrar nossos problemas e fraquezas. Não há que se envergonhar.
Para finalizar com leveza este tema frondoso, destaco trecho de uma poesia de Bráulio Bessa:
Se por acaso você não conseguir caminhar
Se seus pés se enfraquecerem e a estrada se alongar,
Sempre haverá um alguém capaz de lhe carregar
Se por acaso você sentir a alma sangrar
E se a alma ferida fizer você chorar,
Sempre haverá alguém capaz de lhe consolar
Se por acaso você sentir o mundo lhe escapar
E tudo for solidão e a solidão lhe machucar,
Sempre haverá alguém capaz de lhe abraçar
Se por acaso você não conseguir enxergar
Perdido dentro de si vendo tudo se apagar,
Sempre haverá um alguém capaz de lhe encontrar
Se por acaso você sentir a vida açoitar
E na hora da agonia você se desesperar,
Sempre haverá um alguém capaz de lhe acalmar
Sempre, mas sempre mesmo (não duvide!) haverá alguém pra te amparar e pra te ouvir em seu problema difícil ou num momento de solidão.
A DIFÍCIL TAREFA DE SER MÃE NO MUNDO CORPORATIVO
VOCÊ ESTÁ CONECTADO OU DESCONECTADO
Peça ajuda! Peça ao amigo, ao colega, ao padre, ao pastor, ao pai de santo, ao psicólogo, ao cachorro, ao gato, ao CVV ou qualquer ser humano capaz de lhe ouvir atentamente. Não importa para quem vai pedir auxílio. Apenas peça! Acredite! Esta dor momentânea vai passar! Viva a vida! Viva o Centro de Valorização à Vida (CVV)!(foto: www.saude.rs.gov.br)
ANA KARINA
Advogada e professora de Direito do Trabalho em cursos de pós-graduação. Entusiasta da vida, futura mamãe que não joga truco nem tranca. Foge de verdades absolutas e gosta de gente sincera e que não mantém velhas opiniões formadas sobre tudo”. Facebook: Ana Karina Borin
