Superar nossos LIMITES e CRENÇAS

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Nada avança se não nos permitirmos a superar nossos limites e nossas crenças. Quando continuamos na mesmice, a Vida avança em passos lentos, em ritmo uniforme, mas não desvela novos rumos e novas aventuras. Marcharemos a passos miúdos, em círculo, na areia; as questões de superação precisam ser realizadas à passos firmes e fortes, à frente, com poucas alterações de rota. São passos decisivos e decididos, sempre.

Outra coisa que demonstra nossa superação, é que ficamos surpresos com nossas escolhas e nossas decisões: algo tão nosso, tão íntimo, mas que ainda consegue nos surpreender, porque nem sempre acreditamos em nosso próprio desempenho. Muitas são as vezes em que nos pegamos duvidando de nossas habilidades e capacidades.

Tal “desconfiança” não chega a ser de toda estranha porque fomos criados para servir e para reconhecer o valor alheio, sem crescer os olhos neles e sem querer ostentar; isso nos coloca numa situação confortável, num primeiro momento, porque estamos no “padrão”, mas nos impede de dar o primeiro passo: é totalmente limitador. Deixamos de crer em nossas possibilidades e não tentamos mudar nossa história, porque não confiamos em nossa capacidade.

Esta desconfiança ou insegurança sobre nossas capacitação não é de todo estranha, uma vez que ela flutua em nossa Vida, com momentos mais fortes e outros menos aparentes, entretanto, sempre nos acompanha, visto que estaremos em busca de novidades e propostas, durante todo nosso trajeto, sendo que em alguns estamos fortalecidos pelo sucesso e noutros nem tanto. Eis aí uma pista para a correção de atitudes.

Percebo que quanto mais acionamos a esperança e mais buscamos pelos sonhos, menos chance de sairmos vitoriosos teremos; vejo que a chave de nossa caminhada está em mantermos os pés no chão, sermos racionais o quanto for possível e, então, permitirmos que os sonhos venham dar o colorido necessário para não passarmos a Vida em branco e preto, mas eles não são o elemento mais necessário da estrada que estamos trilhando.

Os sonhos empolgam, fantasiam, superlativam nossas impressões e nossas ideações, constituindo-se do momento onírico de prazer diante de tantos acontecimentos e de tanta realidade dura, fria, insana, possibilitando momentos de leveza e calmaria, quando tudo aponta para o pesado, dolorido e sem cor. Sonhar faz bem, desde que não percamos o foco nem deixemos de compreender a realidade, tal como ela é pois, se vivermos apenas dos sonhos, estaremos no tão maravilhoso Mundo da Alice, sem o Coelho conselheiro e pontual que alertava para as verdades e para as possíveis propostas de saída…possíveis propostas de saída. 

Sempre serão possíveis propostas, visto que a verdade se estabelece no momento exato do acontecimento; na tomada de decisão teremos a nossa frente uma verdade absoluta que não possibilitará a Vida sonhada se realizar, caso haja outras trajetórias mais reais e mais adequadas para serem assumidas. E continuaremos a viver felizes, com nossas ideias romanceadas, mas com um crivo de realidade bastante forte e bastante sadio.

Retomando, para não parecer amargo: sonhos são bons, mas viver é melhor que sonhar. Sempre que houver ambas opções, escolha-se viver, que nos mantem no Mundo, conectados com demais seres semelhantes a nós, com verdades semelhantes, ideologias próximas e fundamentações da mesma linhagem; assim é a Vida.

Percebemos ao nosso lado uma centena de pessoas que esquematizam seus futuros, suas propostas e concretizam seus objetivos, com bastante eficiência, enquanto outros se perdem num turbilhão de situações, cujas vertentes não são tão claras, mas que fascinam e inebriam os menos atentos. Observamos, ainda, aqueles que passam a Vida a sonhar, não concretizam nada, não conseguem nada e não se queixam. E há, ainda, aquela centena de outros que perfazem o grupo do meio: estes estão sempre à busca de algo para fazer e de alguém para seguir. Resta saber: quem está mais feliz?

Quem será mais feliz? Quem conseguirá atingir aos seus objetivos de Vida? Teremos indicadores de onde buscar a tal Felicidade? Pois é, não temos e ela está em todo o canto e em nenhum deles. Ela está onde depositamos espaço para ela se situar. Poderíamos afirmar que em alguns momentos ela está em nossos sonhos, em outros momentos em nossa concretude e em outros está pairando sobre nossas insanidades; entretanto sabemos que cada um a encontra onde a guardou ou depositou confiança.

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Não é assustador procurar por ela, sem ter a certeza de seu esconderijo, como não é assustador saber que o sonhador chegou até ela, ou que o paradigmático a atingiu. Assustador é saber que alguns desistem de prossegui-la e param de caminhar no meio da jornada. Não existe o certo ou o errado, existe a necessidade de tentarmos, incessantemente, por uma ancoragem que nos garante conforto emocional e tranquilidade para velejarmos pelas águas nem sempre cristalinas.

Este conforto chama-se certeza. Certeza de estar fazendo o certo, certeza de estar bem acompanhado, certeza da Fé que nos guia (seja ela qual for), certeza de planos exequíveis, certeza de tomadas de decisões acertadas no momento acertado. Certeza. Eis a chave da porta de Felicidade.(Foto: Merve/Pexels)

AFONSO ANTÔNIO MACHADO 

É docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Leciona na Faculdade de Psicologia UNIANCHIETA. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology.

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