TRAGÉDIA, solidariedade e fake news

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A tragédia que ocorre no Rio Grande do Sul é um caso a ser pensado e avaliado. Não é a primeira vez que o Estado é vítima de chuvas, apesar desta ser a maior da história, porque já supera, em muitos pontos, o que ocorreu em 1941. Há cidades que precisam ser reconstruídas e algumas delas em outro lugar, por conta do que sobrou delas. Um triste fato, sem dúvida. Mas o que se vê em tudo isso é a solidariedade do povo brasileiro, com um número enormes de doações que a imprensa confiável mostra todos os dias e, porque não dizer, a fé do povo do sul que acredita na reconstrução. A televisão mostra depoimentos que emocionam a todos e mostra que a fé e a confiança em Deus é maior e a certeza da reconstrução também.

Além disso, entra aqui um fato político: a estrutura do Estado deve ser repensada. As águas dos rios que cortam o Rio Grande do Sul acabam ajudando nas enchentes e o rompimento da comporta criaram uma tragédia ainda maior. Mas é importante se pensar num cuidado maior com o meio ambiente. Os governantes, em todas as esferas, precisam pensar e investir mais nisso. Ainda esta semana, um repórter lembrou que o pior ministro do meio ambiente que o Brasil já teve se chama Ricardo Salles, curiosamente (risos!) do PL, partido do ex-presidente Bolsonaro. Foi durante o período dele, como ministro que o desmatamento e o garimpo ilegal cresceu na Amazônia. Pode o leitor dizer “o que tem a Amazônia a ver com a chuva do sul?” Diria que diretamente talvez nada, mas é uma gota d’água para a situação se complicar.

Como disse acima: é preciso pensar mais no meio ambiente. Dizia um político que “prefeitos investem pouco em rede de esgoto, porque ninguém vê”. O mesmo é com o meio ambiente: parece que não aparece, mas a consequência é drástica e uma tragédia como a do sul se torna inevitável.

Mas o título deste artigo também fala em fake news! Tristemente o que vemos é a falta de caráter das pessoas quem criam mentiras sobre situações como esta. Tudo isso para responsabilizar o atual governo da situação. Na semana passada, nada menos do que sete deputados usaram a tribuna da Câmara Federal para criar fakes sobre a situação do sul. Filipe Martins (PL-TO) disse que os caminhões que levavam donativos para o sul eram barrados e multados porque o governo federal estava exigindo nota fiscal! Uma mentira deslavada, mas que “ingênuos” acreditam e passam pra frente. Se não são ingênuos, são cúmplices do autor da mentira. E veja o partido do deputado…

A mentira de Martins foi repetida por Coronel Assis (União-MT) e por Gilvan da Federal (PL-ES) que aumentou a mentira, dizendo que pessoas com jet ski e embarcações eram barradas, exigindo habilitação. Qual é o partido dele?

O deputado Paulo Bilynksyj (PL-SO) inventou que uma clínica médica que atendia pessoas gratuitamente fora fechada pela Vigilância Sanitária. Claro que todos os setores citados por estes parlamentares desmentira estas invenções. Mas… veja o partido dele!

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E tem mais: este mesmo Bilynksyj e também Caroline de Toni (PL-SC), Coronel Ulisses (União-AC) e General Girão (PL-RN) inventaram que a ministra Simone Tebet informava que o dinheiro para as cidades do Rio Grande do Sul seria enviado oportunamente e que agora não era o momento. Mas a fala da ministra foi recortada de uma outra situação. Veja o partido da maioria dos deputados…

Mas vale lembrar que a liberação de recursos para o sul já estão chegando, via medida provisória e que tem que ser votada pelo Congresso (inclusive por estes deputados bolsonaristas). Mas as vítimas das enchentes receberam R$ 5.100, liberação do FGTS, pagamento de parcelas do seguro desemprego e criação da Secretaria Extraordinária da Presidência para apoio à reconstrução do Estado, além de já terem autorizado a liberação de recursos para a Defesa Civil. Há muitos recursos do Governo Federal sendo liberados, mas é lamentável ver parlamentares desocupados criarem mentiras para transformar uma tragédia em fato político! Os eleitores destes personagens não devem esquecer seus nomes na próxima eleição.(Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini/Agência Brasil)

NELSON MANZATTO

É jornalista desde 1976, escritor, membro da Academia Jundiaiense de Letras, desde 2002, tendo cinco livros publicados. Destaca-se entre eles, “Surfistas Ferroviários ou a história de Luzinete”, um romance policial premiado em concurso realizado pela Prefeitura de Jundiaí. Outro destaque é “Momentos”, com crônicas ligadas à infância do autor.

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