Há dois movimentos que estão crescendo nas redes sociais e que tem as eleições do próximo ano como mira. Um deles é o voto em ninguém. O outro, criado pelo jornalista Ricardo Noblat, é a campanha para não se votar em quem tem mandato. O deputado federal Miguel Haddad (PSDB) se baseia em números para provar que é um parlamentar diferente e está longe do esgoto que Brasília se tornou. O deputado estadual Júnior Aprillanti (PSB) diz estar frustrado como homem público e cidadão. Mas a fórmula para se ter políticos com vergonha na cara não passa pelos movimentos que crescem na internet (reprodução acima). Para ele, “é preciso deixar de eleger políticos envolvidos em crimes”.
Miguel (foto acima) lembra que “o eleitor está indignado com a sucessão de escândalos e a situação em que se encontra o Brasil. Esse quadro acentua-se com a votação dos parlamentares no Congresso”. Ele cita o Instituto Liberal de São Paulo (Ilisp), órgão que acompanha a atuação dos parlamentares no Congresso, o número de deputados independentes, que votaram de forma coerente, ou seja, a favor do impeachment de Dilma, da cassação de Eduardo Cunha e também da investigação de Temer somam 22% do total de 513 deputados que compõem a Câmara Federal. Ele está entre estes 22%.
“Quando se amplia esse critério, incluindo aqueles que também votaram a favor das reformas – medidas que estão possibilitando, como mostram os índices, um início de retomada do crescimento econômico – esse percentual cai para menos de 9%, uma lista de pouco mais de 40 nomes, que têm resistido às pressões e aos interesses partidários. Todavia, é difícil esse tipo de informação chegar até o eleitor, de maneira que lhe permita distinguir, como se diz, o joio do trigo. O Brasil precisa mudar. O que importa é escolhermos os nomes certos, capazes de levar à frente essa mudança”, afirma Miguel Haddad.
Aprillanti (foto abaixo) acredita que nas próximas eleições haver um grande número de votos brancos e nulos. “Eu não concordo com isto. A melhor forma de protestar e modificar este quadro é votar com consciência, examinando os projetos dos candidatos e a ficha de cada um”.
Ele não se sente ameaçado ou ofendido pela provocação de Ricardo Noblat. “Graças a Deus e a luta de muitas pessoas, a democracia está instituída no Brasil. Não me sinto agredido pelas palavras do brilhante jornalista, embora não concorde com a postura dele. Precisamos sim instruir e orientar a população a escolher seus representantes de forma consciente.
Se Júnior Aprillanti não fosse candidato no próximo ano, ele afirma que iria fazer o que sempre faz nas eleições: “votar com consciência”. De acordo com o deputado estadual, “o voto se constitui em uma decisão importante e que reflete na vida de toda a comunidade, de uma cidade, do Estado e do País. O voto é valioso é não pode ser trocado por questões pessoais, um cargo, um par de sapatos ou esse tipo de negociação particular. Uma cesta básica dura, no máximo, um mês. As ações causadas por um voto errado podem durar quatro anos”.
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