Um ESTADO em busca de soluções

A execução da vereadora Marcielle Franco, ocorrida na noite da última quarta-feira precisa ser investigada com urgência e seus autores serem presos dentro deste mesmo esquema. Incrível como a intervenção, iniciada em fevereiro último não apresentou um resultado positivo sequer. As mídias sociais e a imprensa tem mostrado a falta de ação dos militares que hoje destroem barreiras feitas por traficantes e amanhã mostram o contrário, indicando que o crime não tem medo no Estado do Rio de Janeiro.

A impunidade existe no Estado há muitos anos, com as autoridades sempre pensando no próprio umbigo, mostra que o crime organizado cresceu a tal ponto que é preciso muito mais do que uma simples intervenção sem resultados.

Vale lembrar que a intervenção, decretada pelo presidente Michel Temer, acabou decretando o fim de uma reforma previdenciária no Brasil. Além disso, não mais importante lembrar também que desde os governos de Sérgio Cabral a inoperância das autoridades naquele estado só têm crescido. O tráfico de drogas e a falta de apoio das autoridades aos moradores de bem das favelas do Rio foram a base do trabalho de Marcielle Franco. Ela pedia mais ação das autoridades com relação aos pobres, aos negros e, principalmente às mulheres. Sua morte foi um verdadeiro tapa na cara da democracia deste país.

As autoridades têm-se mostrado impotentes ou, como dito acima, pensando no próprio umbigo. Tanto isso é verdade que o presidente da Câmara e pré-candidato à Presidência da República, Rodrigo Maia, demorou mais de 12 horas pra dizer uma palavra sobre a morte da vereadora. Seus correligionários diziam que a agenda de campanha seria mantida na quinta-feira, mas alterada por conta da sessão solene em homenagem à mulher morta.

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As denúncias da vereadora contra o excesso de autoridade dos policiais no Rio de Janeiro – Estado que neste ano já matou perto de 20 policiais – o que nos faz refletir se isso não está envolvido numa espécie de vingança dos traficantes de um estado onde, como já disse, a impunidade está acima de qualquer prisão.

Apesar de Temer lamentar a morte e pedir que a Polícia Federal entre no caso, parece pouco diante da execução sofrida pela vereadora.

O país quer respostas e respostas urgentes. Que os pré-candidatos à Presidência da República e ao Governo do Rio se reúnam atrás de uma mesa para discutir soluções para esta parte do País. Não adiante ligar o rádio e ouvir Gilberto Gil cantando “o Rio de Janeiro continua lindo…” porque não há beleza num estado onde a violência é maior do qualquer possibilidade de paz.

A foto acima foi feita na Câmara dos Deputados durante sessão solene em memória e solidariedade à vereadora Marielle Franco e ao motorista Anderson Gomes, assassinados na noite de quarta-feira, no centro do Rio de Janeiro (Marcelo Camargo/Agência Brasil)


NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com