O Brasil deve parar na próxima quarta-feira, dia 24, quando o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva será julgado em Porto Alegre, pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, no processo do triplex do Guarujá. Esta é uma das acusações que pesam sobre Lula que é o eventual candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições do dia 7 de outubro. A antecipação do pleito, porém, para este dia 24 é marcada pelo resultado do julgamento: se condenado e preso, Lula está fora das eleições por conta da Lei da Ficha Limpa, se absolvido, com certeza supera o dia 7 e é o mais sério candidato no segundo turno no dia 28 também de outubro.
As redes sociais têm se movimentado, tanto de um lado como de outro, tentando mobilizar a população sobre manifestações a ocorrerem no dia do julgamento. A defesa de Lula afirma que este julgamento é político e vai tentar derrubar todos os argumentos do juiz Sérgio Moro na sentença que condenou o ex-presidente a nove anos de reclusão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Por outro lado, o procurador regional da República, Maurício Gotardo Gerum, vai defender uma pena maior ao homem que nega ser dono do apartamento. Independente da parte jurídica do processo sabe-se que o Brasil inteiro está de olho na sentença final, principalmente nas falas dos desembargadores João Pedro Gebran, Leandro Paulsen e Victor dos Santos Laus, membros da 8ª Turma da Corte sediada em Porto Alegre, pois eles é que darão seus votos para absolver ou condenar Lula. Sabe-se que Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF, Paulsen e Santos Laus mantiveram condenados 34 dos 39 réus considerados culpados por Sérgio Moro.
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Uma das reclamações da defesa de Lula é a rapidez com que seu recurso chegou ao julgamento. Esta é uma das alegações para dizer que o julgamento é político. A expectativa da defesa do ex-presidente era de que o recurso só chegaria a julgamento após as eleições deste ano, o que poderia impedir a sentença final, já que, acreditava, Lula já estaria eleito e, portanto, não poderia ser julgado, por ter foro privilegiado. Muito mais política esta expectativa da defesa do que alegar a rapidez com que o caso está chegando ao final. Há muitas opiniões jurídicas divergentes sobre se Lula for condenado. Alguns afirmam que deve ser preso imediatamente outros não. Independente disso, vai caber ao Supremo Tribunal Federal definir sobre a inelegibilidade do ex-presidente. Por enquanto, nenhuma pesquisa de boca de urna diz qual será o resultado do julgamento de quarta-feira.
NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com