O eterno conflito entre o EU e o EGO

ego

Muitos não veem diferença entre estas palavras; eu e ego. E aí está o motivo de tantas pessoas saltarem do eu para o ego sem tomar consciência de estar alimentando algo nefasto. Escrevi certa vez: o eu é seu amigo, o ego é seu falso amigo. Ou, o eu é seu irmão que dá a vida por você. O ego é aquele irmão que finge gostar de você. E faz de tudo para que você não perceba, por isso ele cria todo um cenário deslumbrante para que você acredite que ele está lhe ascendendo, te elevando. Vamos entender como se dá esse conflito?

O eu é a essência divina em nós. Aquilo que nos leva a nos preservar, valorizar sem ostentar. É aquilo que cria a verdadeira autoestima, no ponto de equilíbrio. Ao contrário do que promovem determinados gurus da autoajuda, que “acordam” e estimulam o ego.

Passar do eu para o ego é extremamente fácil, podemos comparar com fatos que corriqueiramente ocorrem em nosso cotidiano. Quando nos deixamos levar, por exemplo, no consumo de determinadas guloseimas. Ou quando num trabalho honesto, vemos que podemos duplicar o ganho se extrapolarmos determinado limite ético. Notem que já neste ponto, o que está prevalecendo é a vantagem. Levar vantagem em cima de alguém… daí associamos rapidamente a palavra egoísmo, egoísta. Mas também não precisa ser necessariamente assim.

O eu é o que nos afirma como seres humanos servidores. Que aprendem, ensinam e enxergam a todos na mesma linha, numa reta. Não nos impede de crescer, porém um crescimento sem vaidade, sem orgulho exacerbado. O ego nos projeta em direção a “ser mais que os outros”. Expressões que fazem diferença. Crescer é o objetivo natural de todos que vêm ao mundo. “Ser mais” dá outra conotação. Aí está o ego, sutilmente trabalhando sua psique.

Podemos identificar as pessoas amarradas pelo ego em suas atitudes e palavras. É aquele indivíduo que nunca admite ter se equivocado, cometido uma falha. Não gosta de demonstrar que continua sendo aluno na escola da vida e ainda tem muito a aprender. Usa e abusa do pronome pessoal “eu”. Toda vez que escreve ou fala, diz “eu, eu, eu, eu…” Consequentemente também usa demasiadamente os pronomes possessivos. Como se tudo devesse girar em torno do mundo dele. O ego desconhece a palavra “nós”. O coletivo o desagrada.

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O eu diz “eu tenho importância para o mundo”. O ego diz “eu sou importante para o mundo”. São coisas sutis. E de sutil em sutil, muitas pessoas que não são egoístas, possuem boas qualidades, acabam escorregando numa breve vaidade do ego, quando escrevem “parabéns para mim”… muito comum na rede social. Nós sabemos quem somos, nossas qualidades, nosso potencial; deixemos para os outros ressaltarem nossas qualidades, valores, nos parabenizar. Guardemos nosso tesouro. Vamos expor nosso currículo, é importante, mas sabendo dosar o conteúdo. Nada além do que realmente seja necessário.

O eu é nosso suporte, autoestima na medida, que não nos permite esnobar quando ascendemos ao pódio. E uma vez no pódio, agradecemos a Deus e mantemos sigilo de nossas ferramentas espirituais… ao contrário daqueles dominados pelo ego que dizem “sou ungido”.(Ilustração: www.giulianaattanasio.com)

GEORGE ANDRÉ SAVY

Técnico em Administração e Meio Ambiente, escritor, articulista e palestrante. Desenvolve atividades literárias e exposições sobre transporte coletivo, área que pesquisa desde o final da década de 70.

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