Depois de tantas informações e desinformações, algumas brigas políticas inacreditáveis e tantas incertezas e indecisões, mesmo sem saber quando, como e, sobretudo qual, cheguei à conclusão de que eu vou tomar a vacina contra a Covid 19 e, ainda, vou tentar influenciar as pessoas às quais tenho acesso para que também o façam. A perspectiva de contágio aumenta e mesmo a mais cuidadosa prevenção pode falhar, então vacinar-se parece o melhor caminho. Entretanto quero manifestar meu total estranhamento à obrigatoriedade da vacinação.
Assim como eu analisei qual a melhor atitude em relação ao tema e me decidi, tantos outros podem fazer o mesmo e campanhas bem concebidas e divulgadas podem produzir os efeitos desejados. A conscientização parece ser o caminho e não o uso da força. Li que os ministros do Supremo que tomaram esta decisão de princípios democráticos discutíveis, alegaram que obrigatoriedade não significa “agarrar o indivíduo e forçá-lo a se vacinar”, como se impor penalidades e sanções para quem não quiser se vacinar fosse muito diferente. Ou você está obrigado ou não está. Comparar com o voto obrigatório com as restrições que podem ser contornadas com uma justificativa, ou o pagamento de uma multa irrisória, parece descabido, pois dependendo das sanções a serem impostas o resultado é o mesmo que “pegar e vacinar na marra”.
Assim que as vacinas estiverem disponíveis, e aqui temos outros disparates, como o anúncio de alguns milhões de vacinas que não cobrem nem 10% da população, apregoados como se fosse atender a todos. E os outros 90% seguem em quarentena? Não esqueçam, ainda, que a vacinação não se dará em dose única, ou seja, apenas os primeiros receberão a segunda e eventualmente uma terceira doses. Haverá início de vacinação dos demais? Apesar de tudo continuo convicto que a vacinação é a forma adequada para evitarmos o alongamento da crise e os efeitos nefastos das contaminações, que não se encerrarão em prazo tão curto.
Especialistas e outros observadores da realidade acreditam em pelo menos mais dois anos de convivência com a pandemia até que alguma normalidade retorne às nossas vidas. Assim, a vacina parece ser o meio mais certeiro para que possamos retomar nossas vidas, o convívio com nossa família e nossos amigos e, finalmente, poder circular sem essas máscaras cada vez mais odiadas. Estes tempos difíceis, que hão de passar, nos mantiveram distantes de tanta coisa que prezamos, de tantas atividades que praticamos, mas, principalmente, das relações interpessoais presenciais que, mesmo substituídas pelas relações remotas, tanto nos mantém.
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Vou tomar a vacina, não por que é obrigatória, pois acho que é o melhor a fazer, mas entenderei quem não quiser fazê-lo e espero que as autoridades executivas tenham o bom senso de respeitar aqueles que optarem por não tomar a vacina, pelos mais diversos motivos e convicções, de saúde ou não, e não imponham restrições, permitindo o direito de escolher.
Parafraseando J. J. Rousseau: “a verdadeira liberdade não está em se fazer o que se quer, mas em não fazer o que não se quer”.(Foto: Governo de SP)
FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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