Escolas de TEMPO INTEGRAL representam melhor aprendizado?

ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo anuncia uma considerável ampliação do número de escolas de tempo integral. Parece alvissareiro, mas sempre vejo o aumento da carga horária com certa preocupação, se não houver um projeto de atividades definidas para o tempo adicional que o estudante permanecerá na escola. Principalmente como contraposição ao senso comum que acredita em uma relação entre o tempo que se passa na escola com o tanto que se pode aprender. É indispensável desmistificar a assertiva de que quanto mais tempo na escola mais se aprende, sobretudo se for para fazer apenas “mais do mesmo”, na perspectiva da escola tradicional instrucionista/conteudista. Neste contexto a afirmação é falsa.

O processo de aprendizagem, que é diferente do processo de ensino, está centrado no aluno que irá construir os seus conhecimentos individualmente. Não há ensino, independente da quantidade, que assegure, pela sua simples ocorrência, qualquer aprendizagem. Por isso as metodologias, as tecnologias e a interatividade contidas nas propostas pedagógicas são absolutamente fundamentais. Não basta apresentar conteúdos e informações e esperar que daí decorra uma aprendizagem significativa, que possa gerar conhecimento. No máximo se conseguirá uma retenção temporária de memória.

Memória não é inteligência. Se fosse nossos computadores, conhecidos por muitos como “máquina burra”, seriam inteligentíssimos e não são. Assim, entulhar as memórias de nossos estudantes com uma quantidade absurda de informações de relevância duvidosa, esperando que se transformem em conhecimentos é desconsiderar todos os princípios da epistemologia, fundamentais no processo educativo. A construção do conhecimento é que desenvolve a inteligência.

Assim, se não tiverem um bom projeto pedagógico, definido e organizado, as escolas de tempo integral não servem para muita coisa, a não ser deixar o aluno mais tempo dentro da instituição esperando que isto seja saudável. Melhor seria uma educação híbrida bem estruturada com atividades presenciais que valorizassem o protagonismo do aluno combinadas com atividades fora da sala de aulas, nos mais diversos espaços de aprendizagem, para a realização de atividades complementares de estudos, pesquisas, desenvolvimento de projetos, individuais ou em grupos, com o uso dos multimeios disponíveis e metodologias ativas.

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Não sou, em absoluto, contrário às escolas de tempo integral. Até por que funcionam muito bem em inúmeros países com uma educação bem sucedida. Minhas dúvidas se referem à forma como serão tratados os tempos adicionais de permanência. Se a mesmice e o conteudismo derem lugar a projetos inovadores focados na aprendizagem e no protagonismo do aluno pode ser que também sejam bem sucedidos, se não é só política.

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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