O presidente do PDT de Jundiaí, o ex-vereador Gérson Sartori, bateu o martelo um ano antes das eleições e definiu o pré-candidato a deputado estadual do partido: o professor Rafael Purgato que ganhou destaque na política pelo no PCdoB. Nas eleições de 2012, mesmo ano que o partido elegeu Pedro Bigardi para prefeito de Jundiaí com 101 mil votos, Purgato obteve 1.448 votos. Foi o 19º colocado. Ainda no PCdoB, no ano passado, ele disputou às eleições municipais. Não passou dos 1.661 votos e da 11ª colocação. Homossexual, casado com um homem 10 anos mais novo desde 2019, pai de dois filhos, Purgato deixou a esquerda raiz e optou pelo partido de Ciro Gomes para buscar uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo(Alesp). O Jundiaí Agora o entrevistou:
O senhor é pré-candidato nas eleições de 2022 pelo PDT?
Sim, sou pré candidato a deputado estadual.
O senhor foi vereador. Nas últimas eleições, em 2020, tentou se eleger prefeito de Jundiaí. Conseguiu quase 2 mil votos e ficou na 11ª colocação. Como explica esta votação? Tem a ver com a onda bolsonarista e a repulsa de muitos eleitores em relação aos partidos de esquerda?
Foi uma experiência muito importante, encarei com muita responsabilidade essa disputa pois Jundiaí merece ser debatida com respeito, seriedade, compromisso e em elevado nível. Mesmo sabendo das dificuldades, estudei os mais variados temas, dialoguei com especialistas e lideranças comunitárias e apresentei um plano de governo completo para a cidade. A votação pode até ter sofrido algum impacto antiesquerda, mas creio que isso não foi o principal. Todas as candidaturas de oposição tiveram dificuldades, a pandemia inviabilizou as campanhas e a eficiente máquina política montada pelo atual prefeito neutralizou vozes discordantes. Além disso, faltaram debates, mais cobertura da imprensa e tive poucos recursos. Mas fiquei satisfeito, várias propostas que apresentei encontraram ressonância em diferentes pessoas e eu recebia diversas mensagens para dialogar sobre elas.
Acha que as atuais denúncias contra o presidente diminuíram a força da onda bolsonarista? As eleições de 2022 será um bom momento para os partidos de esquerda?
Não tenho dúvidas que terá um reposicionamento do pensamento coletivo da população nessa eleição. Bolsonaro se elegeu numa onda antipetista e repleta de fake news. Apresentou uma imagem que não condiz com a realidade e a maior parte da população percebeu o erro de eleger alguém tão despreparado e sem compromisso. Isso agravou muito a situação do país. Os indicadores demonstram isso. A esquerda, forças progressistas e populares vão recuperar parte do eleitorado que está desamparado, desassistido e sem perspectivas com um governo tão fraco, inoperante e igualmente corrupto como tantos outros.
O senhor estava no PCdoB em 2018 e agora foi para o PDT. Por que mudou?
Sou muito grato pelos anos que fui filiado ao PCdoB, um partido de luta, histórico e com quadros destacados. Tive muitas tarefas de direção e fui vereador pelo partido. Foi muito aprendizado, tivemos vitórias e derrotas. Senti que esse ciclo de militância se esgotou e aí surgiu uma nova opção que foi o PDT. Um partido que sempre respeitei, com uma história muito significativa e sobretudo, que tem um projeto de país, pensado, estudado e fundamentado na pré-candidatura do Ciro Gomes à presidência da República. Acredito que precisamos experimentar uma nova opção capacitada, planejada e com disposição para discutir e resolver os principais problemas do país. Estou feliz em fazer parte desse time.
Acredita que este resultado das eleições de 2020 não influenciará uma candidatura a deputado estadual?
Acredito que sim e de uma forma positiva. Pessoas que me conheceram e se identificaram na eleição terão oportunidade de participar mais, engajar-se e contribuir para a construção de um projeto coletivo pra cidade e região. Ainda sou pouco conhecido na maior parte da cidade, com uma campanha forte, focada e propositiva acredito que atingiremos e conquistaremos mais pessoas.
Caso seja confirmado candidato, como pretende fazer a campanha? Investirá no corpo-a-corpo ou na internet?
O corpo-a-corpo sempre será uma opção sincera e direta de contato com o eleitor, farei isso. Mas fortaleceremos a atuação em redes sociais, elas definem muito a opinião e atingem milhares de pessoas instantaneamente, é uma via fundamental de comunicação atualmente.
O senhor é um dos raros exemplos de políticos que assumiram a homossexualidade. Espera receber muitos votos da comunidade LGBTQIA+ ?
Minha atuação política sempre foi pautada na compreensão do ser humano e no respeito à individualidade. Eu assumi minha orientação a partir do momento que compreendi minha essência e após preparar meus filhos, familiares e amigos. Cada um tem o seu tempo. Serei um defensor da população LGBTQIA+ e de todos os segmentos marginalizados, excluídos e que sofrem opressão e preconceitos e nesse sentido, é natural que eu receba votos da comunidade e encaminhe pautas que garantam direitos.
Este aspecto da sua vida particular não pode tirar votos do senhor?
Não me preocupo com o fato de eventualmente perder votos. Eu não vivo da política. Sou professor, coordenador pedagógico, Físico, Mestre em Ciências na área de Tecnologia Nuclear, vivo intensamente de meu trabalho. Minha participação na política é para oferecer à população uma opção diferenciada, com capacidade de diálogo, intelectualmente preparada e comprometida com valores humanos coletivos. Quem aponta dedos e faz escolhas julgando a felicidade e individualidade alheia, normalmente é enganado, vota mal e prejudica o desenvolvimento civilizatório da humanidade. Ninguém tem o direito de dizer como o outro deve amar, ser feliz e dividir a vida.
Espera contar com votos de Jundiaí e região ou buscará novas bases eleitorais?
Sem dúvidas, quero representar a região e acredito que seja fundamental o surgimento de novas lideranças por aqui. Podemos dar um salto qualificado na compreensão das cidades e no desenvolvimento regional, fortalecendo vínculos, integrando projetos e abrindo um novo ciclo de desenvolvimento.
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Se eleito, quais serão os projetos que pretende colocar em prática na Assembleia Legislativa?
São diversas bandeiras que pretendo levar para à assembléia legislativa e que poderão render bons projetos: a defesa fundamental da qualidade da educação pública, o apoio ao ensino básico e ao desenvolvimento científico e tecnológico, a ampliação do acesso ao ensino superior público, a defesa dos direitos dos trabalhadores, o respeito à diversidade e o desenvolvimento equilibrado e sustentável. (Entrevista publicada originalmente em 12/9/21).
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