A acústica é um dos ramos da física que trata dos sons, suas características e propriedades. Os sons produzidos se propagam em todas as direções, sobretudo em ambientes abertos, entretanto como os anteparos no sentido horizontal como as paredes são mais frequentes que os verticais temos a sensação de que os sons sobem e, por isso, quem reside em prédios de apartamentos sofre com quaisquer ruídos mais intensos. Assim, alarmes insuportáveis que tocam em diversos horários, mas especialmente à noite e nos fins de semana, se transformam em um transtorno e parece que estão na nossa sala, mesmo a distância considerável, pois não faz muito sentido um alarme que sussurre.
Com a criminalidade à solta me parece que a venda de alarmes esteja em expansão, afinal quem não quer proteger seu patrimônio? Entretanto, também me parece, que os vendedores só explicam em quais situações os alarmes disparam e não como devem ser desligados, com a presença do proprietário. Os mais conscientes devem procurar vir ao imóvel assim que o dispositivo é acionado, mas outros negligentemente deixam tocar a noite toda ou até mesmo o fim de semana todo indiferentes aos transtornos que possam estar causando. Nestes casos acredito até que o efeito é o oposto ao pretendido, pois estimula os ladrões quando percebem que o alarme que não para é um convite ao roubo.
A regulação do uso de alarmes e as responsabilidades do proprietário e seus efeitos na vizinhança pode ser municipal. Não sei se temos isto, parece que especificamente não, assim seria desejável um projeto de lei que estabelecesse os limites do uso de alarmes e o respeito à vizinhança. Preservando tanto quem quer se proteger como quem tem o direito ao descanso inevitavelmente comprometido com os estridentes ruídos produzidos por alarmes sem nenhum controle por tempo indeterminado. Cabe ao Poder Público regular a ocorrência de poluições sonoras em todas as suas vertentes assegurando a cada cidadão a preservação de seus direitos, dentre eles a não perturbação de seu merecido sossego.
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De todo modo uma melhor calibração dos sensores do alarme que só seriam efetivamente acionados se houvesse uma ruptura do acesso ou invasão ao imóvel e não a qualquer vibração ou alteração na eletricidade seria uma boa medida, assim como imediata notificação no celular do dono do imóvel com alarme que permaneceria acionado até que o dispositivo fosse silenciado obrigando o responsável a comparecer ao local para o devido desligamento, tanto para as providências cabíveis como para alívio da vizinhança.
A boa convivência com a vizinhança é princípio básico da cidadania consciente e para isso todos os direitos devem ser preservados. (Foto: Ketut Subiyanto/Pexels)
FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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