Em inúmeros seminários e palestras nos quais o quadro desastroso da educação brasileira era explicitado pelos resultados das avaliações nacionais e internacionais, com análises das causas e efeitos dessa situação, sempre que me perguntavam por onde começar para corrigir esses problemas respondia, sem hesitação, que o caminho era melhorar a formação docente, com revisão dos currículos e aperfeiçoamento. Insistindo sempre que a base do processo educativo é a aprendizagem e não o ensino assegurava que é muito mais fácil aprender com professores do que sem, sobretudo se forem bons professores.
Nos países que têm educação escolar de alto nível os professores, geralmente, são recrutados entre os alunos de melhor desempenho na educação básica atraídos por uma profissão altamente valorizada, respeitada e promissora. Nada disso se observa por aqui, lamentavelmente. Nossas licenciaturas recebem, quase sempre, aqueles que não quiseram ou não puderam ingressar em outras carreiras. A formação de professores, apesar da abundante oferta, sobretudo a distância, não consegue preparar adequadamente todas as pessoas que as necessidades da educação brasileira requerem, configurando, muitas vezes, verdadeiros apagões de mão de obra, mesmo com todo empenho e dedicação.
Para reverter este cenário não bastam apenas políticas públicas de melhorias de acesso e permanência nos programas de formação de professores e planos de carreira financeiramente atrativos. É absolutamente imperativo rever todos os currículos de formação e instituir programas de aperfeiçoamento para os docentes destes cursos. Não é imaginável que professores repetidores de conteúdo, focados no ensino, com estratégias didáticas anacrônicas e obsoletas, possam formar novos professores para desenvolver propostas metodologicamente eficientes, preferencialmente híbridas com aprendizagens ocorrendo em diferentes tempos e espaços dentro e fora das salas de aula.
OUTROS ARTIGOS DE FERNANDO LEME DO PRADO
AQUILO QUE NÃO FAREI NO ANO NOVO
Esta tarefa está longe de ser fácil ou simples bastando aceitar os novos paradigmas educacionais e reorganizar as licenciaturas. Trata-se de um consistente programa de formação docente, uma política de estado e não de governo envolvendo todas as suas esferas. Quaisquer instituições de ensino superior que propuserem novas estruturas pedagógicas voltadas à formação de professores para atender à realidade em mutação acelerada, que se observa com a chegada de novas tecnologias e inteligências alternativas, estará preparando docentes para o futuro e não para o passado como normalmente têm feito.
A revisão dos currículos e o aperfeiçoamento de seus docentes é um bom começo para qualquer programa de formação docente.(Foto: Agência Brasil)

FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
VEJA TAMBÉM
PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA
ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES