Na minha rua tinha uma ÁRVORE…

árvore

Era um flamboyant enorme, devia ser bem antigo, e a sua copa cobria boa parte da minha rua, fazendo uma sombra gostosa. E uma vez por ano os galhos recebiam um manto de flores vermelhas, dando um contraste magnífico com o verde das folhas. Sempre que eu estava a pé, seguia pela calçada do flamboyant, para sentir o frescor da sombrinha. Mas na semana passada as motosserras colocaram a árvore no chão. Não foi fácil o trabalho de desmembrar os galhos e serrar o majestoso tronco. A árvore resistiu bravamente, tanto que parte dela ainda continua em pé. Mas os homens deverão voltar para terminar o serviço.

Não vou discutir ou julgar os motivos que levaram ao corte desta árvore, mas posso lamentar, com certeza. O flamboyant já fazia parte da paisagem e era ponto de referência no bairro. Sem falar na sombra gostosa que ela proporcionava nos dias de calor intenso. Foram necessários dois dias para o serviço, tal a força da árvore. As raízes já tinham quebrado toda a calçada, mas não creio que esse foi o motivo do corte. Fiquei sabendo apenas que foi necessário eliminar a árvore para a construção de um prédio. Nosso flamboyant foi retirado para dar lugar à obra, confusão, poluição, trânsito caótico, enfim, ao progresso desordenado. É o preço a ser paga pelo progresso.

Não foi a primeira vez que lamentei muito o corte de uma árvore. Lembro quando cortaram a jabuticabeira da casa da minha avó. Essa árvore era o playground dos netos da dona Phina. E na época das frutas, a briga era para ver quem subia mais alto para pegar as “bitelonas” que ficavam nos últimos galhos. Nossos anjos da guarda eram atentos e nunca ninguém despencou de lá de cima. E não tinha esse negócio de lavar bem antes de comer, a garotada pegava do galho e já degustava sentada no meio das folhas e ramos. Como é bom lembrar esta época.

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Eu chorei, reclamei, protestei em favor da minha jabuticabeira, mas não teve jeito, ela também veio a baixo. A árvore já estava doente, poderia cair e causar danos. Que pena. Com certeza o flamboyant também vai deixar saudade para muitos moradores, eu inclusive, especialmente quando estiver caminhando. Não terei mais a sombrinha gostosa nos dias de verão intenso e nem a beleza das flores vermelhas em contraste com as folhas verdes, no período da florada. Vai restar apenas concreto…

VÂNIA ROSÃO

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