Vivências de beleza e humanidade… Foi exatamente o que aconteceu no Polytheama no último dia 12 de novembro, durante o Festival da Associação Socioeducacional Casa da Fonte, que tem como mantenedora a Companhia Saneamento de Jundiaí – CSJ, e seus Parceiros – EMEBs Cléo Nogueira Barbosa e Ivo de Bona, Escolas Estaduais Alessandra Cristina Rodrigues Pezzato e Dom Joaquim Justino Carreira, CECE “José De Marchi”-, além do convidado especial, CECE “Romão de Souza”.
Um passo acolá, um passo ali e um passo cá, ora com leveza, ora com firmeza, no Teatro Polytheama. Aliás, o Polytheama carrega pegadas fortíssimas na lembrança de muita gente e se faz memória naqueles que atravessam, com seus dons, o palco.
Pequeninos que integraram o espetáculo -, muitos deles não conheciam o Teatro -, disseram-nos que levariam, aquele dia, para a vida inteira.
Juntamos os passos, desde fevereiro, em torno da história, das formas e dos tons de nosso querido artista internacional Inos Corradin. E foi incrível transformar as lembranças dele da Itália, da lendária “Commedia d’ella Arte”, em performances para a apresentação. Como a proposta era de muita alegria, incluímos os espetáculos circenses do Brasil. Surgiram os músicos, cantores, trapezistas, malabaristas, a menina Moana, palhacinhos, Fantastic Circus, magia dos arcos e bolas, acrobacias, piruetas, globo da morte, adultos encenando solidariedade, o ovo do Cirque Du Solei, capoeira e dança afro voltadas para o circo… O popular e o clássico.Teve até um poema, feito por adolescentes nossos, Bruna e Otávio, com versos assim: “Se me dissessem que, além da pizza, / a Itália nos daria outro presente, / eu estranharia/ sem saber que Inos viria para a gente”.
Deslocamo-nos de vinte quilômetros do centro, do Jardim Novo Horizonte, onde ainda existe, em recordações esmaecidas, o apito do trem da Sorocabana, que levava ou trazia esperança. E estar à margem da cidade grande, sem conhecer como ela é, onde estão os seus encantos e as possibilidades de alargar as estradas individuais, é uma espécie de cativeiro, atrofia sonhos.Chegar até lá é um exercício de salvação. Algo como: pertence-me, sou capaz e dispenso, portanto, o que existe de sinistro nas vielas escuras. O homenageado, com seu jeito sensível e simples de ser, fez com que diversos dos partícipes comentassem que se sentiram importantes por ter um grande artista que lhes assistiu. E os beijos e abraços, ao final, misturaram carinho e arte.
OUTROS ARTIGOS DE MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE
Nosso aluno desde os oito anos, hoje com dezessete, Renato Wesley,conhecido por Índio, compôs uma canção especial, “Pensamento”, para o dia, a respeito de sua caminhada na Casa da Fonte, da qual destaco o verso: “…Pode ser difícil, mas sigo em frente/ sem medo e contente…”
Identifico esse acontecimento com a palavra africana Ubuntu, que traduz um modo de viver, uma convivência social pautada pelo altruísmo, fraternidade e colaboração entre os seres humanos; a importância das alianças e do relacionamento das pessoas, umas com as outras. Que permaneça!
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE
Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de risco.