BOCALON: “Eu sou o pré-candidato do Lula e do Alckmin”

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Ricardo Bocalon(PSB) lança hoje(16), a pré-candidatura à Prefeitura de Jundiaí, em evento no Caxambu. O nome dele surgiu graças a uma costura política que ninguém poderia imaginar no começo deste ano. Afinal, PT-PCdoB-PV formam uma federação e decidiram apoiá-lo, juntamente com o PDT. Bocalon chega à disputa como o pré-candidato do vice-presidente Geraldo Alckmin e com apoio do presidente Lula, o que não seria pouco se nas últimas eleições Jundiaí não tivesse votado em peso em Bolsonaro e seus candidatos. Nesta entrevista, Bocalon fala sobre ter ‘migrado’ para Jundiaí após ter sido prefeito de Itupeva, a vida política no PT, e a possibilidade de Lula vir à cidade pedir votos. Confira:

Porque quer ser prefeito de Jundiaí?

Sou jundiaiense, moro aqui com minha esposa Idelma e meu filho Arthur. Conheço a cidade desde sempre pois passei minha infância e minha adolescência aqui, assim como meus estudos e formação. Tenho experiência de vários cargos públicos importantes como o de ser um dos três únicos jundiaenses a terem chegado ao cargo de secretário de Estado. Por isto acredito que posso tornar nossa cidade uma cidade melhor pra todos, principalmente para aqueles que mais precisam, tendo um olhar humano sobre as pessoas, que precisam de melhorias no atendimento de saúde, na conquista da sua casa própria, na educação, na mobilidade, no esporte na cultura! Ou seja a nossa querida Jundiaí pode ser melhor do que é hoje e pode cuidar melhor das pessoas que aqui moram…

A maioria do eleitorado jundiaiense não sabe quem é Ricardo Bocalon. Como pretende se tornar conhecido e conquistar votos?

O quesito ‘ser conhecido’ aflige todos os pré-candidatos, uns mais, outros menos. Por causa dele todos os pré-candidatos estão colocando suas estratégias para reduzir o grau de desconhecimento. Estou juntamente com diversas lideranças dos nossos partidos coligados e os pré-candidatos a vereador andando por toda a cidade, usando as redes sociais, fazendo reuniões com famílias, conversando com sindicalistas, dando entrevistas para os diversos veículos de comunicação da cidade…

Em comentários nas postagens  sobre sua pré-candidatura, alguns leitores fizeram comentários do tipo “outro estrangeiro querendo a prefeitura de Jundiaí” e “não foi ele quem deixou a prefeitura de Itupeva endividada?”. Como você analisa esses comentários?

Quanto aos comentários só lamento, porque isso é preconceito. Xenofobia é crime. E mostra um descompasso entre o passado rancoroso e os dias de hoje, onde não há mais espaço para isso. Qualquer forma de preconceito torna o debate estreito e não colabora com a cidade. É uma pena. Registro aqui que os melhores prefeitos que por aqui passaram não nasceram em Jundiaí. Eu sou jundiaiense. E se não fosse, isso não seria impeditivo em relação a disputar a prefeitura da cidade. Quem discrimina pessoas de fora são xenofóbicos, o que abominamos. O que conta é o caráter das pessoas, quem faz esse tipo de comentário está fora do mundo atual. O que conta também é o preparo, o compromisso com a cidade, a cidade de Jundiaí hoje, pelo seu nível de desenvolvimento conquistado com a participação de italianos, nordestinos, sulistas e tantos outros povos não comporta mais esse comentário rasteiro, pobre, esse preconceito só pode estar vindo de pessoas que já desistiram de uma vida digna, não somos uma província, somos uma cidade cosmopolita. Em relação às supostas dívidas em Itupeva, isso não procede, não há nenhuma cidade ou estado que não carreguem algum tipo de dívida, o que tem que ser observado é o que foi feito pelo governante. Quanto a dívida é sempre interessante uma análise técnica. O que importa é que essa dívida tenha sido feita em nome de projetos para a cidade. Se há dívida isso significa que obras foram feiras ou atendimento adequado a população. O cuidado que se deve ter é de não estrangular as finanças públicas e a capacidade de endividamento do município. Em Itupeva quando assumi o índice FIRJAN que mede o desenvolvimento social dos municípios do Brasil na área de Educação, Saúde, Emprego e Desenvolvimento Social, a cidade estava na 67ª posição no país e 45ª no Estado. Quando terminei meu mandato a cidade ocupava a 10ª posição no Brasil e a 5ª no Estado.

Você nasceu em Jundiaí, mas construiu sua carreira política em Itupeva, sendo prefeito daquela cidade. Porque nunca se aventurou na política de Jundiaí antes?

Sou jundiaiense. Sou professor, aprovado em concurso, fui para Itupeva onde havia vagas para serem escolhidas. Assim procedi. Como professor fui bem-sucedido, acabei sendo estimulado pela população a entrar na vida política da cidade e da mesma forma, como fui bem-sucedido como professor, também fui bem-sucedido como político e acabei eleito prefeito, desenvolvendo um bom trabalho em Itupeva. Na vida pessoal e política nunca fui de entrar em aventura, só participo de alguma coisa quando estou preparado para a disputa, e é o que acontece neste momento com a minha pré-candidatura a prefeito de Jundiaí. 

Quais cargos teve no governo de São Paulo?

Convidado pelo então governador Geraldo Alckmin e pelo vice Márcio França, fui diretor da Univesp, a primeira Universidade Virtual Pública do país. Desenvolvi um grande projeto saindo de 6 mil alunos em seis cidades passando 70 mil em 365 municípios. Esse sucesso me levou a ser convidado pelo governador Márcio França a assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência ,Tecnologia e Inovação, dirigindo e executando um dos maiores orçamentos do Estado de São Paulo superando R$ 30 bilhões, sob o guarda-chuva da secretaria estão todas as universidades de São Paulo: USP, Unicamp, Unesp, Fatec, Etec, além de vários outros órgãos públicos ligados a Ciência, Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação 

Quando era prefeito de Itupeva você fazia parte do PT. Porque deixou o partido?

Tenho enorme respeito pelo PT, pelo presidente Lula, por seus membros tanto aqui do partido em Jundiaí como nas esferas estaduais e federal, esta opção ocorreu por entender que era o momento de mudar não de campo ideológico, por isto o PSB!

Por quais outros partidos você passou?

PT, Avante e PSB

Porque decidiu se filiar ao PSB?

Minha relação com o ministro Márcio França, com o vice-presidente Alckmin, com o professor Osvaldo Fernandes, assim como com o presidente nacional, Carlos Siqueira, com o deputado Jonas Donizete e centenas de outras lideranças que admiro no partido 

E o presidente Lula? Você terá o apoio dele? Ele virá para Jundiaí?

Sim! Teremos o apoio do presidente Lula. O PT esta no nosso arco de alianças e isto muito me honra, quanto a vinda dele pra Jundiaí esta sendo discutida com o PT.

Você conta com o apoio do seu partido, PSB, PDT, PT, PCdoB e PV. Até o momento não há sinais de que o PSOL e a REDE irão apoiá-lo. Como você vê esse racha? Ainda trabalha no sentido de atrair estes dois partidos?

Estamos construindo uma frente ampla democrática e todos os partidos que defendem a democracia estão no possível arco de alianças, não há que se falar em racha, até porque se racha aquilo que um dia esteve junto, o que não é o caso aqui. Respeitamos a posição de cada partido dialogando para que estejamos todos juntos! Alianças são feitas obedecendo um forte trabalho de conquista, nesse sentido ainda estamos conversando com partidos do campo progressista, afinal a pré-campanha existe também para isso,

Se não conseguir, perde muito eleitoralmente?

Qualquer candidato desejaria ter o PSOL e o REDE como parceiros e não mediremos esforços para isto.

A maioria do eleitorado jundiaiense é de direita e apoio o ex-presidente Bolsonaro (conforme o resultado das duas últimas eleições presidenciais) O candidato da situação é do PL, parido do Bolsonaro. Como pretende se mostrar como uma opção viável?

Primeiro: nossa candidatura se contrapõe ao Bolsonarismo. Há candidatos disputando o apoio do Bolsonaro. A nossa candidatura disputa o apoio do povo, é isso que interessa e elege. Nossa candidatura tem amplo apoio nacional, estadual e municipal, com apoio do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro Márcio França, além de outras grandes lideranças dos partidos aliados. É o povo que mostra o caminho.

Como está a pré-campanha?

Estamos conversando com a população, ouvindo, respeitando e humildemente trabalhando, visitando todos os bairros da nossa querida Jundiaí. Neste domingo(16), minha pré-candidatura será lançada com a presença de várias lideranças.

Já está preparando um plano de governo?

Grupos temáticos estão sendo montados, os temas estão sendo definidos pela população, é ela que mostra o caminho. Oferecemos à cidade o melhor programa de governo.

Na hipótese de um segundo turno entre você e Parimoschi – ou com Gustavo Martinelli -, existirá a possibilidade de aliança com um ou outro?

Essa decisão passará pela coligação majoritária que me colocará no segundo turno e ouvirá as pessoas. Como sempre falamos: é o povo que mostra o caminho. Vamos ouvir a população, praticar a democracia participativa.

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Quando o seu nome será referendado?

O melhor referente será o do eleitor, estamos trabalhando muito para isso. Do ponto de vista do calendário oficial, o nome legalmente será referendado em convenção que ocorrerá de 20 de julho a 5 de agosto.

Vice: quando será definido? Quem será? Se você vencer, qual será o papel do vice?

O nosso vice sairá do partido integrante da coligação, e isso deverá acontecer nos próximos dias. Ele não ficará esperando que haja vácuo de poder. Não terá atuação opaca, como estamos observando no momento em nossa cidade. Esse tipo de vice não acrescenta nada para a cidade, há exemplos bem próximos de nós. O nosso vice já estará participando ativamente da pré-campanha, será um vice engajado no processo de governança, o vice será governo, responderá solidariamente com o prefeito por todas as ações. A nossa governança será descentralizada.

Jundiaí não tem um representante na Alesp e no Congresso Nacional. Os deputados raramente fazem projetos para a cidade. Como será seu relacionamento com as duas casas?

Vivemos numa democracia, e a partir do momento que vc detém um mandato ele não tem partido politico, temos que conversar e buscar recursos para a cidade tanto no Governo do Estado como no Governo Federal, inclusive eu sou o candidato do presidente Lula e do vice, Alckmin. Isto me dá condição de buscar recursos importantes para melhorar a qualidade de vida dos nossos moradores, assim como buscaremos incansavelmente na Alesp e na Câmara Federal, junto aos deputado, emendas para projetos importantes para promover a melhoria da qualidade de vida 

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