Um amigo, comerciante em nossa cidade, me ligou para informar que a Prefeitura estava retirando bancos e mesas colocados na praça central que foram usados durante as oficinas do projeto Urbanismo Caminhável Jundiaí, desenvolvido durante nosso governo. A retirada dos bancos e mesas é mais uma atitude simbólica do governo atual no sentido de se apagar as marcas, imagens, projetos, idéias que foram desenvolvidas nos últimos anos. É a política pobre que não constrói, simplesmente anula. E o pior neste caso é que estes materiais foram recursos de contrapartida de empresas, o que caracteriza irresponsabilidade administrativa em desperdiçar recursos oficiais aprovados.

O projeto Urbanismo Caminhável trabalha a idéia de que o espaço público não é somente um local de passagem, mas a possibilidade dos cidadãos reconhecerem sua cidade. E de se encontrarem. Ao longo dos caminhos você reconhece a história da cidade.

Os parklets que faziam parte do projeto foram instalados em alguns lugares, na rua Barão de Jundiaí, rua do Rosário, na Barão de Teffé e na rua Prudente de Morais. Sempre acreditamos que os espaços públicos devem ser protegidos, cuidados. Só assim estaremos cuidando das pessoas.

Foi assim que recuperamos espaços importantes e históricos como a Ponte Torta, o Esplanada Monte Castelo (Escadão) que estavam abandonados. Aliás, a Praça Erazê Martinho onde se localiza a Ponte Torta é um exemplo de um espaço público cheio de vida e energia, como era o próprio homenageado vereador Erazê.

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Todos os espaços criados tiveram esta ousadia. De se transformarem em ponto de encontro da comunidade. Parques como do Engordadouro, do Jardim do Lago, do Morada das Vinhas (com ecoponto) , bosque como do Parque Copacabana, e quase uma centena de praças construídas ou reconstruídas nos últimos anos tinham esta finalidade.

Sinceramente espero que o projeto tenha continuidade. Que a retirada dos bancos e mesas não seja o fim das oficinas dos parklets para estudantes e cidadãos. Os espaços públicos devem ser locais de convivência e não serem apenas utilizados, como já foram no passado, pela conveniência de servir a interesses imobiliários. A cidade não é mercadoria.

Resposta da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí: A Unidade de Gestão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente informa que as mesas e bancos que estavam na Praça Central foram retirados para um trabalho de manutenção – atendendo a um pedido registrado no 156 – uma vez que eles estavam em mau estado de conservação. Os bancos retornarão à praça assim que a manutenção for finalizada. É importante salientar que o mobiliário não tem relação com os parklets, que integram o projeto “Urbanismo Caminhável Jundiaí’.

 

MERCADORIAPEDRO BIGARDI
É jundiaiense, 57 anos, engenheiro civil, casado com Margarete e pai de Patricia, deputado estadual (2009 – 2012) e prefeito de Jundiaí (2013 – 2016).