Não gosto de fazer compras pela internet. Sei que estou indo na direção oposta a todas as tendências atuais que insistem em usar os meios eletrônicos principalmente no comércio e nos serviços. Um evento recente me faz retornar a este assunto sobre o qual já me manifestei alertando todos aqueles que ao invés do atendimento presencial indicam e praticam a venda pelo site ou o atendimento via aplicativo sem perceberem que, com esta atitude, estão pavimentando o próprio desemprego, pois sua participação nesses processos está se tornando progressivamente desnecessária. Lojas e bancos físicos tendem a desaparecer, aliás, já estão desaparecendo. Dizem que outras ocupações surgirão, mas não sei se consigo ver dessa forma.
Vamos ao caso: faço minhas caminhadas quase diariamente e com isso meus tênis têm uma duração limitada, assim, de tempos em tempos, tenho que adquirir novos pares quando os que estou usando começam a dar sinais de exaustão. Depois de vários tipos e marcas encontrei um modelo que se ajusta às minhas características e não custa um absurdo. A dificuldade está em encontrá-los. Como não gosto de comprar em sites fui a uma loja física. Como sempre o modelo não estava disponível e a vendedora se dispôs a fazer a compra pelo site da loja. Sem alternativas aceitei.
Logo no princípio já encontramos uma inconsistência no meu cadastro o que exigiu certo malabarismo para contornar pois a tirania do pessoal de TI é implacável. Os termos dos aplicativos são ditatoriais e suas deficiências são, inevitavelmente, atribuídas à incompetência do usuário. Finalmente encontramos o produto que identifiquei na tela no número e na cor desejada. Fizemos o pedido e foi emitida a respectiva nota fiscal da loja com as especificações do que havia sido comprado. Paguei e aguardei a entrega. Uma semana depois a encomenda chegou. Acertaram no modelo e no número, mas erraram na cor.
Quando fazemos compras em uma loja física experimentamos aquilo que queremos comprar e podemos até sair usando. Quando compramos em um site não sabemos com a mesma certeza se o que compramos vai servir ou não. Como o que foi entregue não foi o que comprei voltei à loja para as providências de troca. A simpática vendedora me informou que isto não seria possível na loja física e, em seguida, me informou que a compra na loja nem havia sido feita no site da loja, mas no de uma empresa parceira e, assim, não havia nada que pudesse fazer.
UTROS ARTIGOS DE FERNANDO LEME DO PRADO
Inconformado pedi para chamar a gerente que estava em horário de almoço, mas a aguardei pacientemente. Expliquei que comprei na loja, com nota fiscal da loja e que a responsabilidade pela substituição era da loja. Depois de muita negociação e ameaça de ir ao Procon finalmente ela aceitou fazer a troca, mas por um produto existente na loja. Cansado concordei com a solução diante dos dissabores e transtornos burocráticos que teria que enfrentar para ter o produto desejado ou a devolução do valor pago e, desse modo, voltei para casa com um modelo de tênis que vou usar para ir ao bar com meus amigos.
Dizem que estas coisas só acontecem comigo, mas, decididamente, não gosto de fazer compras pela internet.(Foto: Nicola Barts/Pexels)

FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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