O som constante das unhinhas no porcelanato do apartamento foi silenciado na última sexta-feira, dia 13 de maio, quando nossa cachorrinha Dolly fechou seus olhinhos e foi para outro plano. Mas na minha cabeça ainda posso ouvir o tic-tac característico das patinhas dela andando pelos cômodos, procurando pela gente. Essa é a parte ruim de ter um animal de estimação por 15 anos: a despedida. Quem já passou por isso sabe do que estou falando. Dolly cumpriu sua missão, com certeza, e ainda deixou como lição que o tempo passa voando e é burrice não aproveitá-lo.

Como diz o ditado, depois que morre vira santo. Bem, isso não pode ser aplicada à nossa Dolly. Desde filhote ela já mostrou que tinha personalidade forte. Latia e avançava se tentássemos invadir seu espaço. Mas não saía de perto da gente. Uma sombra. Ficava tão grudada que chegávamos a tropeçar nela, sem querer claro. Ela tinha por hábito permanecer bem na nossa frente, como se quisesse dizer: sou a líder aqui nesta casa, sigam-me vocês! Ainda estranho olhar para o seu cantinho e não vê-la enroladinha nos seus cobertores, ou entrar em casa e não escurar o latido estridente festejando nossa presença…

Mas o tempo é implacável e também não poupou nossa Dolly. Já com uma arritmia cardíaca bem acentuada e pressão alta (tomava Enalapril duas vezes por dia), nossa Dachshund (ou salsicha) acabou sucumbindo. Foi um grande e triste susto para todos nós, mesmo estando cientes da sua fragilidade e idade avançada. Num dia, numa hora, num instante essa separação iria acontecer. E aconteceu. Mas quem está preparado?

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Dolly entrou para a família quando minhas duas filhas tinham em torno de sete anos. Ela acompanhou as meninas no ensino fundamental, depois no ensino médio, conheceu os namorados(e nunca foi muito simpática com eles…) sofreu com a tensão pré-vestibular das garotas e festejou quando ambas entraram na faculdade. Durante todo esse tempo, acumulamos muitas histórias da Dolly e suas manias. Na coleira, era Dolly quem nos guiava pela rua, indicando a direção que ela queria seguir. Se tentássemos mudar o percurso, a danada fincava suas patinhas troncudas no chão e não se movia. Essa era a Dolly. Missão cumprida menina, não te esqueceremos!

VÂNIA ROSÃO

Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.

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