ENSINO SUPERIOR

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Há alguns anos conversava com professores e mantenedores de ensino superior sobre as perspectivas para o ensino superior no Brasil, àquela época, como hoje, oferecido em grande escala no período noturno. Essa característica das faculdades atendia uma necessidade de alcançar os que não tinham disponibilidade no período diurno para se dedicar exclusivamente aos estudos, como seria desejável que ocorresse regularmente neste nível de ensino completando o ciclo de formação.

É importante ressaltar que nos países desenvolvidos a oferta de ensino superior regular se concentra no período diurno e se destina aos que frequentam este nível de ensino na idade própria, ou seja, logo após a conclusão da educação básica. No Brasil, com uma limitação de acesso ao ensino universitário, o noturno atendia os concluintes do ensino médio, sobretudo em uma faixa etária um pouco mais alta. Eram cursos integralmente presenciais. No início deste século um repaginado conjunto de cursos superiores tecnológicos, focados essencialmente na formação profissional identificada nas demandas de mão de obra de cada região, atendendo as expectativas e anseios do alunado, sobretudo no tempo, pois sua duração era menor e a formação possibilitava um nível de empregabilidade muito mais alto que os bacharelados tradicionais.

Nesta última década tivemos a ascensão do EaD, os cursos a distância que não exigiam frequência, mas desempenho. Mudanças, então, na legislação educacional, permitiram a oferta de cursos com presença flexível. Embora esta seja uma realidade é importante ressaltar que a regulação do ensino superior no Brasil só contempla duas modalidades de ensino: o presencial e o a distância. Não existem cursos “semi-presenciais” como vemos anunciados, tampouco existe essa tal de “presença flexível”. Entretanto são permitidas atividades a distância no presencial e vice-versa. Assim não se sabe bem em qual modalidade o curso se encaixa.

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De todo modo, o que se observa hoje é o que vaticinávamos no fim do século passado com a tendência de redução progressiva dos cursos noturnos. Estes elementos que elencamos acima permitiram certa sobrevida a eles, mas não vão assegurar sua existência para sempre, exceto para cursos específicos, com foco na especialização profissional, destinado aos já concluintes de alguma graduação. A oferta regular de formação universitária no período noturno deve apresentar retração e muitas escolas estão revendo seus cursos diurnos, pois a procura, na idade própria, talvez volte a crescer.

Neste cenário outro grande problema surgirá: a formação docente. Nossos professores, em todos os níveis, estão preparados para os desafios da escola focada na aprendizagem? Teremos professores para estas demandas?(Foto: Pikist)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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