Este artigo completa a trilogia sobre a escolha de nossos deputados. Mais uma vez, infelizmente, a região de Jundiaí, com seus quase 300 mil eleitores, conseguiu não eleger nenhum deputado. Nem federal, nem estadual. Eu disse nenhum. Continuamos sem representantes que nos ajudem a recuperar pelo menos uma parte dos impostos que são arrecadados aqui, mas não ficam em nossa cidade, pois os tributos municipais representam apenas uma pequena parcela desse montante.
Muitos pensam que temos dinheiro sobrando para as incontáveis obras e os inúmeros serviços que são oferecidos à nossa população, mas a realidade é bem distante disso. Bom seria se o que fosse pago aqui por aqui ficasse, mas tributos estaduais e federais embora arrecadados nos municípios da região só retornarão se houver projetos do legislativo com esta destinação. Quem faria isto? Exatamente os deputados que não elegemos.
O somatório de votos destinados aos candidatos locais segundo dados do TSE representa menos da metade dos votos possíveis. Ou seja, mais da metade dos nossos eleitores preferiram outros candidatos. Inquestionavelmente cada um vota em quem quer e ainda bem que é assim, entretanto me pareceu absolutamente coerente escolher quem poderia, pela proximidade e identificação, nos ajudar com mais empenho. Mas o eleitor deve escolher segundo seus princípios e convicções este direito é um dos principais pilares do estado democrático de direito.
Outras cidades, como antecipei, com colégio eleitoral bem menor que o nosso, fizeram o seu dever de casa e elegeram deputados locais, com fazem há muitas eleições. Largaram na nossa frente, pois terão seus representantes tanto na Câmara como na Assembléia e nós não. Ficaremos, mais uma vez dependentes da boa vontade dos dirigentes estaduais e federais e da habilidade política de nossos representantes locais para receber de volta um pouco do que aqui se arrecada.
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Quem sabe no futuro com um bom programa de orientação, uma educação política, que não tem nada a ver com partidos, eleições ou candidatos, mas um exercício de cidadania, expondo as funções de cada um daqueles que ocupam cargos públicos, principalmente seus deveres e prerrogativas, nos ajude a escolher nossos deputados. Ainda que utópico vale a pena pensar que quanto mais informações forem disponibilizadas, isentas, sem ideologias subjacentes, sem outros interesses, melhor seria o processo eleitoral. O eleitor bem informado, esperamos, saberá o que fazer diferenciando os candidatos por suas propostas e votando naqueles nos quais acredita que possam melhorar suas vidas.
Talvez, então, nossa região consiga ser representada.(Foto: blogdoraul.com.br)
FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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