MUDANÇAS no Ensino Médio

ensino

Nos últimos anos foi gestado e aprovado um novo ensino médio para atender a necessidade de cumprir sua finalidade formativa como etapa final da Educação Básica. Sua implantação apresenta diversas dificuldades em função, sobretudo, das condições estruturais, espaços adequados, formação docente, mudanças metodológicas e uso de novas tecnologias. Sua principal virtude está no estabelecimento de diferentes itinerários formativos em especial o que propõe uma formação profissional de nível técnico.

O nosso ensino médio, ou o “colegial” como ainda é tratado, sempre foi pautado pelos vestibulares ou pelo Enem. Assim transformou-se em um simples preparatório para estes exames em detrimento de sua função formadora. Transformou-se em muitas instituições de ensino em um “cursinho” de três anos para satisfação de muitos que acreditam que só há preparação para o mundo do trabalho com a conclusão do ensino superior. Com isto formamos uma considerável quantidade de graduados em áreas absolutamente saturadas deixando um vácuo nas áreas técnicas com incontáveis vagas que não são preenchidas por falta de qualificação.

Na formação profissional de nível técnico que pode ser obtida no ensino médio ainda estamos muito distantes dos países que fazem parte da OCDE, entidade que avalia mundialmente a formação de estudantes na educação básica e na qual o Brasil ocupa sempre as últimas posições. Nestes países considerados de primeiro mundo cerca de 40% dos egressos do ensino médio tem qualificação profissional e nem todos tem que seguir para uma formação universitária em função das oportunidades encontradas para suas formações no mundo do trabalho. No Brasil só 10%.

Aqui de modo geral e não só o 5º itinerário formativo, como é chamada a opção pela qualificação profissional, se enfrenta resistências e já se fala em rever ou revogar, no mínimo mudar, o novo ensino médio. Temos uma tradição neste nosso país de a cada troca de governo, em todas as suas esferas, mudar o que os anteriores fizeram. Assim as mudanças no ensino médio em fase de implantação já sofrem com inúmeras propostas alternativas descaracterizando os formatos que foram propostos com todo tipo de justificativas.

OUTROS ARTIGOS DE FERNANDO LEME DO PRADO

MAIS CHAT GPT

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

ENSINO INTEGRAL

NESTE FINZINHO DE ANO

Há, sem dúvida, inúmeros pontos pouco claros, especialmente nas relações entre aqueles que preferirem a qualificação profissional e a possibilidade de continuidade de estudos. Se não houver mudanças adequadas nos vestibulares, tradicionalmente cobradores de conteúdo, o volume de matéria e as disciplinas tradicionais continuarão a prevalecer e os estudantes serão empurrados para os cursos de graduação nem sempre atendendo seus projetos de vida.

Novos paradigmas educacionais são difíceis de serem aceitos, pois estamos sempre com uma ou duas gerações de atraso usando referenciais ultrapassados em uma sociedade na qual as mudanças tecnológicas ocorrem cada vez mais depressa e não será possível esperar que a escola tradicional se adapte para não ser substituída pelos algoritmos das Inteligências Artificiais.(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES