Desde que eleito, tenho me colocado à disposição da população para levantar os debates que eleitores me propõem e que, de fato, implicam na vida de tantos. Mesmo diante de resistências – muitas vezes também da própria população mas quase sempre do meio político – continuo empenhado em, para além de fazer projetos de lei, promover discussões. Sendo assim, escrevo hoje sobre nos aproximarmos dos jovens para os bons debates e afirmo que falar sobre álcool e drogas é principalmente prevenir.
Na última semana, estive em São Paulo com o defensor público, ex-secretário nacional de políticas públicas de prevenção às drogas, Vitore Maximiano, justamente para buscar repertório a respeito do que penso em debater na cidade. Agradeço publicamente a gentileza de Vitore e parabenizo sua bagagem tão enriquecedora. Segundo Vitore, estudos apontam que cada vez mais cedo jovens experimentam o álcool, o que em determinados ambientes pode mesmo abrir espaço para o uso de outras substâncias ilícitas. Ou seja, o quanto mais falarmos sobre o assunto e com responsabilidade, podemos evitar essa vivência precoce.
Em análise sobre o assunto, publicada pelo Nexo Jornal nesta semana, os autores Ilona Szabó de Carvalho e Ana Paula Pellegrino também reforçam que conversar abertamente com os jovens sobre as implicâncias do uso de álcool e drogas seria a medida mais eficiente de combate, já que muniríamos aqueles que se iniciam cedo na bebida com informações e poderíamos tornar esses mesmos jovens mais seguros ao discernir sobre esse uso e suas consequências. Devemos, portanto, ainda dizem os autores, ir na contramão do discurso do medo e do alarmismo, tão comum quando abordamos essa questão infelizmente.
Faço uso de tais citações para ratificar o que acredito e o que tenho buscado. Em 2017, realizei em parceria com a Assessoria de Políticas para Juventude da prefeitura, o Fórum Municipal sobre Álcool e Outras Drogas que já nos permitiu um debate inicial e, neste ano, propus projeto de lei que inclui na lei do perímetro escolar já existente, a proibição de pontos de venda de álcool e tabaco. A votação do projeto foi adiada para 14 de agosto, após ponderações dos colegas na Câmara.
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O que fica para mim destes primeiros passos dados e deste embate de ideias a respeito do tema é compreender que não podemos mais chamar de tabu o que está visto por todos, nem mesmo fazer vista grossa para uma realidade. Ou seja, não podemos cair ao apelo dos extremismos e deixar de abordar o tema por qualquer um desses lados. Devemos falar com todos (agente públicos, escolas, defensoria, pais e os próprios jovens) para que todos saibamos dos riscos, de como se dá o uso no Brasil, suas penalidades e quais são os desdobramentos àqueles que infelizmente são propensos ao vício.
Sabemos que beber faz parte da cultura brasileira, de recreação, do lazer. Mas como já afirmei outras vezes, não é porque algo nos pertence que não devemos nos atentar às mudanças que a sociedade pede também ao que é nosso. Sem cercear ninguém, espero avançar neste debate e já convido todos para essa caminhada. (Foto: Frankie Cordoba)
FAOUAZ TAHA
É vereador na Câmara de Jundiaí pelo PSDB, eleito pela primeira vez nas últimas eleições municipais de 2016. Tem 29 anos. Atualmente é líder do governo municipal na Casa de Leis, além de presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, Desporto, Lazer e Turismo do Legislativo. Nascido em Jundiaí, Faouaz é formado em Educação Física pela ESEF e tem pós-graduação em Fisiologia do Esporte pela Unifesp. Antes de ser vereador, teve experiência na gestão pública com participação na Secretaria de Esportes