TRABALHO DE FORMIGA na política

formiga

Particularmente gosto muito de comparar situações e fatos da natureza com o nosso cotidiano, pois temos sempre muito a aprender. Em artigos anteriores foram apresentados temas para reflexão nesse sentido, pois a natureza nos apresenta soluções sustentáveis e exemplos de organização social para a sobrevivência,  harmonia e prosperidade, onde cada indivíduo tem importância fundamental. Muitas vezes dizemos que assuntos importantes dependem do “trabalho de formiga”, onde cada um fazendo a sua parte é possível alcançar um resultado melhor.

Tanto nos inspira, que muitas leis ambientais são criadas exatamente da observação da natureza, para proteção do ser humano, da vida, da saúde, segurança, etc. Como exemplo, observando as enchentes e o curso natural dos rios, criaram-se leis protegendo as matas ciliares para que o homem não seja atingido, pois os rios e suas margens são calhas naturais para escoamento da água da chuva.

Pensando na organização social de outras formas de vida, como as abelhas, onde cada uma tem uma função importante para o bem do coletivo, como uma colmeia, facilmente nos vem à mente a organização das formigas, que, ademais, na fábula da ‘Cigarra e da Formiga’ nos mostra a importância do trabalho e de estarmos preparados, principalmente para as épocas de escassez.

Refletindo então sobre esse tema, me lembrei da animação Vida de Inseto (Pixar/1998), que meu filho adorava e assistimos juntos muitas vezes. Trata, na verdade, de uma narrativa poderosa sobre organização, exploração e a força da união. A história se passa em uma colônia de formigas que, todos os anos, são obrigadas a entregar uma parte substancial de suas colheitas aos gafanhotos, que exploram seu trabalho e os mantêm sob constante ameaça. O enredo gira em torno de “Flik”, uma formiga inovadora e curiosa que se rebela e busca uma forma de livrar seu povo da opressão dos gafanhotos.

O filme é uma metáfora sobre opressão e resistência, com lições claras sobre como a organização, a colaboração e a união são essenciais para derrotar a exploração e restabelecer o equilíbrio. As formigas, inicialmente vistas como fracas e submissas, encontram força ao se unir e lutar juntas por sua liberdade.

Os gafanhotos mantêm cada formiga em um constante estado de medo, exigindo que elas forneçam suas colheitas. Apesar de serem muito mais numerosas, as formigas vivem sob a ilusão de que são inferiores e incapazes de se defender. A ordem social estabelecida pelos gafanhotos é baseada em manipulação e exploração, uma clara analogia a sistemas opressores, em que um pequeno grupo tira proveito do trabalho da maioria.

No entanto, à medida que a trama avança, percebe-se que a verdadeira força das formigas está em sua união. Quando as formigas se organizam e trabalham juntas, elas conseguem inverter a dinâmica de poder e se libertar dos gafanhotos.

Em um momento decisivo, a formiga “Flik” luta pelos seus ideais e inspira as demais formigas a perceberem que, unidas, elas são muito mais fortes do que os gafanhotos. Ao se unirem e utilizarem sua capacidade de organização, elas conseguem derrotar os opressores para sempre.

A lição que o filme ensina é clara: a força está na união.

Mesmo aqueles que se consideram fracos ou incapazes podem, através da colaboração e organização, mudar o rumo das coisas para uma sociedade cada vez mais justa, livre e solidária, revelando capacidade de realizar grandes mudanças, ainda mais na atualidade com tanta desilusão.

A exploração dos gafanhotos reflete situações históricas e atuais em que grandes grupos populacionais são controlados por uma minoria poderosa. A opressão só se mantém porque o grupo explorado acredita que não pode fazer nada a respeito.

Em uma sociedade democrática, o voto é a ferramenta mais poderosa para o cidadão expressar suas opiniões e participar ativamente das decisões que afetam o futuro, sempre com a meta de dias melhores para todos. Quando os eleitores se mobilizam e votam de forma consciente, eles têm a capacidade de promover mudanças significativas e combater a opressão, a desigualdade e a injustiça.

A democracia é um sistema em que o poder reside nas mãos do povo. Juntos, os cidadãos têm a capacidade de moldar o destino da sociedade por meio da participação política. O voto não é apenas um direito, mas uma responsabilidade. Cada voto conta para construir uma sociedade mais justa, inclusiva e equilibrada.

Em última análise, a principal mensagem de Vida de Inseto é que, quando o povo se une, ele se torna imbatível. Os cidadãos, ao participarem do processo democrático, votando ou sendo votados para cargos eletivos, podem transformar a sociedade e garantir um futuro melhor para todos.

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Portanto lanço um desafio: ao invés de reclamar da classe política, vamos tentar conhecer melhor os candidatos e olhar a política como algo necessário e fundamental, para onde devem seguir pessoas de bem e vocacionadas com a causa pública. Vamos aproveitar para avaliar e cobrar dos nossos candidatos uma  pauta ambiental, para agirmos na defesa de nosso planeta e porque essencial à sobrevivência da nossa espécie.  Política não é para pessoas mal-intencionadas, pelo contrário, para aqueles que querem contribuir para uma sociedade melhor para todos. O futuro está nas nossas mãos e de nossos filhos, razão porque a educação para a verdadeira e melhor política é urgente.(Ilustração: Chat GPT)

CLAUDEMIR BATTAGLINI

Claudemir Battaglini. Promotor de Justiça (inativo), Especialista em Direito Ambiental, Professor Universitário, Consultor Ambiental e Advogado. Vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB Subseção Jundiaí e Vice-presidente do COMDEMA Jundiaí 2023/2025. E-mail: battaglini.c7@gmail.com

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