Afinal, o que nos leva à FRENTE???

frente

Nos momentos mais conflitantes e ásperos de nossa vida, há aqueles que são paralisados pelo medo do novo e aqueles que são estimulados pela ocasião, que os impulsiona para frente e para o alto. Este último tipo de indivíduo sabe que tem a capacidade de não apenas suportar, mas prosperar em meio ao caos, entendendo que suas atitudes de agora determinam que tipo de vida levará daqui a 10 anos, ou por toda a vida ou ao menos, para aquele instante de crise. Afinal, o que nos leva à frente?

E o que difere estas pessoas da grande maioria? Por que se diferenciam e se sobressaem levando-os a manter a calma sob imensa pressão e se concentrar no que é preciso transformar para superar o desafio? Esta capacidade de mudar sua percepção quando a realidade se altera, impulsionando-os para a superação e evitando a tentação de argumentar com a realidade desejando que as coisas não fossem assim, é a famosa resiliência.

Vejamos que a inteligência emocional é a capacidade de empatia, de se colocar no lugar do outro, de perceber a necessidade do outro; entretanto, a aptidão emocional é a capacidade de entender nosso papel quando o chão desmorona debaixo dos nossos pés: isto nos transforma em resilientes, visto que os enfrentamentos assumidos e trabalhados nos da experiência necessária para andarmos por outras trilhas, que não a caótica, por opção pessoal.

É lógico que existentes formas de transformar essa caminhada em uma proposta de Vida menos trágica e dolorida e para tanto necessitamos de cautela ao fazermos nossos exames mentais diários. Nossas reações diante de qualquer estímulo é, em certa medida, involuntária, mas transformar este estímulo em tragédia é opção pessoal. Quando pegamos numa panela quente, sentiremos raiva quase que simultaneamente à dor; quando assiste a um filme de terror, ficamos ansiosos. Quando presenciamos um acidente, nos sensibilizamos e esses pensamentos e emoções chegam a nós antes que nossa racionalidade tenha a possibilidade de análise. É de imediato.

Resta que entendamos que não somos o problema: percebemos, ou verificamos, ou nos distraímos. Mas esta questão não somos nós. Apenas compôs um momento de nosso dia que pode ser revisto e analisado de outra forma, de maneira compreensiva e madura, sem causar mal estar afetivo nem prejudicar o resto de nossa semana. Mas é preciso analisar com critério e calma, para que o sentimento de culpa não nos domine nem seja a tônica de nossa jornada, tornando-nos amargos e mal-humorados.

Por isso é ideal que por duas a três vezes ao dia reservemos um espaço para nossa reflexão pessoal, nossa própria checagem mental, ficando frente a frente consigo mesmo e descobrir se vacilou. Observaremos que as emoções estão alteradas e que estamos estressados porque nos prendemos apenas em situações negativas que nos impedem de enxergarmos as oportunidades que estão à nossa frente.

Quando ligamos o piloto automático, perdemos a oportunidade de dirigirmos nossas atenções e as tomadas de decisões que dela virão, de maneira tal que nos colocamos indecisos, medrosos e inquietos, acumulando pensamentos negativos que sobrecarregarão todo nosso dia ou semana. São propostas doloridas que escolhemos vivenciar, de forma automática. ainda que isso não seja feito conscientemente.

A partir de quando reconhecemos nossas emoções e pensamentos estamos aptos a tomar consciência do gatilho que está causando a indisposição. Tomamos boas decisões quando nos permitimos reconhecer que nossos pensamentos são frágeis e doloridos, daí mudamos o foco para propostas diferenciadas e saudáveis, que possibilitam a construção do novo, sem que nos arrastemos no sofrimento. É o mesmo que dizer que precisamos estar consciente deles, destes gatilhos negativos. Um aprendizado.

Então vamos perceber que as emoções não são “erradas”, apenas retratam a nossa percepção da realidade momentânea. Esta situação nos possibilita uma análise mais profunda e mais segura sobre os valores que depositamos nestes acontecimentos, nem sempre dignos de tamanha severidade. O mal maior é pensarmos que somos fracos por nos reconhecer assim, por acreditarmos que somos o que pensamos: reconhecer que não somos nossos pensamentos, sentimentos e emoções, permite que sejamos abertos para perceber uma avaliação e aprender com ela, ainda que negativa, em vez de reagir contra ela.

É necessário que nos permitamos sentir, sem estarmos nos julgando com dureza e crueldade. Somos carrascos de nossas próprias emoções e pensamentos, castigando-nos com muita intensidade, na maioria das vezes. Tal atitude nos garante uma sensação de culpa que se misturará com a tristeza, diante de nossa impotência, quando não se trata disto. Apenas somos cruéis conosco.

Nessa fase de nosso desenvolvimento precisamos lembrar que a dor e a tristeza costumam desencadear sensações de culpa e vergonha porque levam-nos a pensar que não deveria senti-las justamente porque avaliamos este momento como um momento de fraqueza e, culpa e vergonha impedem o indivíduos de expandir sua capacidade de tomar decisões, de reconstruir suas histórias de vida, de seguir em frente.

O medo e a incerteza, consumidores vorazes de energia, começam a perder força, quando passamos a reavaliar nossa trajetória e a remodelar nossos pensamentos com ideias efetivamente mais saudáveis e mais construtivas. Assim, ganhamos a batalha contra nossa mente e vencemos o humor pesado e frio que estávamos nos permitindo sentir.

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Percebamos que grande parte dos nossos medos é causada por algo que pensamos que pode acontecer, por algo que tememos sem termos conhecimento, por insegurança ou desconhecimento. É preciso saber que esse cenário pessimista é construído nas nossas mentes por experiências passadas ou por informações desencontradas e que ficarmos preso entre aquilo que já aconteceu e um futuro incerto não soluciona a situação e nos desestabiliza emocionalmente. 

Essas quimeras que habitam nossas mentes existem para nos fortalecer e nos mostrar que podemos melhorar nosso humor, se mudarmos nossa mente. Bora nos exercitar mentalmente?

AFONSO ANTÔNIO MACHADO 

É docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology.

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