As relações entre os homens e as máquinas e o receio que o desenvolvimento dessas últimas levaria as criaturas a se rebelarem contra os criadores é, absolutamente, um exercício de ficção e, desse modo, assim foi tratada na literatura e no cinema com séries de filmes nos quais as máquinas, ou os computadores, adquirem vida própria e desafiam os humanos. A análise da realidade e a história mostram que hoje, mesmo com todo o avanço tecnológico, as máquinas continuam subordinadas aos humanos. Se isto pode mudar no futuro, como prevêem as obras ficcionais, me parece altamente improvável.
A história pode nos ajudar a entender minhas posições, pois a IA não é tão nova como imaginamos. O termo inteligência artificial aparece pela primeira vez nos trabalhos de John McCarthy (1927/2011), cientista da computação estadunidense, em 1955, consolidado na Conferência de Dartmouth em 1956. Antes disso, mas sem usar a mesma terminologia, Isaac Asimov (1920/1992), escritor norte-americano, publicou, em 1950, a obra “I, Robot” na qual formula as três leis da robótica vigentes até hoje. Da mesma época Alan Turing (1912/1954), matemático britânico, estabelece as relações entre máquinas e inteligência sendo famoso por decifrar códigos durante a segunda grande guerra.
Tanto Turing, que muitos consideram como o “pai” da inteligência artificial, quanto Asimov tiveram suas vidas, histórias e livros transformados em filmes, o que os tornaram famosos independentemente de suas contribuições computacionais. No caso de Asimov, que publicou centenas de livros de ficção, as suas leis da robótica que estabelecem prioritariamente que as máquinas não podem fazer mal aos seres humanos, a inteligência artificial, os robôs e os computadores sempre estão a serviço dos homens e jamais os confrontam.
Foram, sobretudo, os filmes desde o final do século passado, principalmente, que fantasiaram ideias de que as máquinas podem se auto gerir e estabelecer uma sociedade subordinada a elas. Assim, recentemente, a expansão do uso das plataformas e algoritmos denominados com IA foi contaminada com a ideia de que se não forem regulamentados podem prejudicar, em algum momento, o desenvolvimento e as competências do ser humano. Nada mais insensato.
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Um exemplo recorrente diz respeito aos geradores de conteúdo como o ”chat GPT” e seus assemelhados. Tudo que este aplicativo, que decididamente não pensa, faz é pesquisar em altíssima velocidade tudo o que já se escreveu a respeito da pergunta que está sendo feita e gerar um texto, se quem está perguntando souber perguntar. Regulamentar o seu uso, evidentemente, é inútil e indesejável. No âmbito educacional ao invés de impedir ou cercear sua utilização será muito mais produtivo ensinar a perguntar, analisar e comentar as respostas e a escrever resenhas sobre o resultado das pesquisas que o aplicativo fez. Do ponto de vista da aprendizagem, que é o que importa, pesquisar nos livros da biblioteca ou no chat GPT geralmente o resultado será o mesmo, o tempo todo e em todo lugar. (Foto: cena do filme ‘Exterminador do Futuro’/Divulgação)

FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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