E o ano já vai solto. Já não nos lembramos das festanças nem das promessas, porque os compromissos chegam para nos trazer de volta a uma realidade que nunca esteve ausente: nós que nos enganamos e até gostamos da ilusão. A mídia não para de falar em IPTU, IPVA, IR, inflação (que a nossa está melhor do que a inflação suíça ou alemã) e da precariedade dos hospitais com bancos de sangue chegando a quase zero. Isto mostra que o real é impactante.
A questão de ser impactante não é para afrontar nem para machucar, mas, sim, para se mostrar convincente e verdadeiro, portanto supremo, sem escamoteações nem fantasias. Se gostamos de fantasiar, ok. Mas que não percamos o pé do chão para que o tombo não seja muito forte e não faça estrago maior do que já temos em vista.
Começando a crônica, de traz para frente, relembrando que meus textos são reflexões e análises que faço sobre meu contexto. Numa proposta alquímica eu trago minhas questões íntimas e aquelas que me circundam, que não me pertencem, mas que pertencem ao não-lugar, portanto são comuns aos comuns dos mortais. Por que tal explicação? Para que não voltemos a lê-las e me indagarem, por “email” ou “whats”, se eu estou falando de mim ou se é recado para alguém ou se…. ou se….
A preocupação básica é de exercer a liberdade de escrever e escrever livremente aquilo que me vem na cabeça, no decorrer da semana. Quando atinge um alvo, somente este alvo pode avaliar se faz sentido em sua Vida a ideia veiculada e o que fazer dela, afinal, da minha Vida sei eu, da sua Vida sabe apenas você. São sou nem um pouco importante e não escrevo por encomenda para nenhum ser mais importante que eu, seria bom combinar.
Após este contrato moral, vamos para nossas reflexões, com força e firmeza, para que a Vida perceba que a direção está em nossas mãos. Quando assumimos a direção da Vida, não nos cabe blasfemar nem jogar para a sorte o que nos acontece: somos responsáveis pelas nossas escolhas e somos arquitetos dos trajetos que trilharemos, sem possibilidade de arrumar desculpas pelo insucesso ou sem chances de ficar resmungando, pelos cantos, que o caminho é difícil: são escolhas e são consequências destas.
Estou numa missão bem complexa, avaliando o bem e o mal de uma adoção de pet. Para alguns pode parecer um assunto desnecessário e inoportuno, cabível para uma roda de bar. Para os responsáveis pela Vida alheia (depois de se preocuparem com sua própria Vida, é lógico) adotar um pet é ter um animal de estimação e apenas isso. Na minha casa, adotar um pet é trazer um novo membro para o interior da família: assim foi com a Vitória, que nos presenteou com sua alegria e acolhimento por longos 21 anos.
Já percorri feirinhas de adoção, casas de recolhimento de pets, petshops, mas não me identifiquei com aquela que comporá minha família nos próximos anos. A escolha vai recair sobre uma fêmea adulta, preferencialmente caramelo, que me acolha na minha chegada, sem me conhecer: as coisas em que creio são peculiares e dou vazão à minha intuição, sem muitas explicações porque a intuição é minha (rssssss….).
E recomeço o ano de 2024 com muitas ações proativas: retomei ao estudo do francês e do alemão, iniciei curso de fotografia, já estou no final da preparação das aulas do primeiro semestre e estou feliz com meu desempenho físico e na fisioterapia. Preciso estar bem pois em breve estarei viajando, de novo, mostrando para mim que apenas estive em férias e nada mais.
A depressão? Eu acredito que ela esteja bem, obrigado. Na dela esperando gatilhos para me possuir por inteiro, de forma impactante. Entretanto estou mais escolado e mais ancorado para lutar contra ela e, nestes últimos tempos, encontrei amigos que me distribuíram forças e vibrações, cada um em suas práticas religiosas e crenças, abalizados por suas fés. E eu me apoiei neles e na ciência para me fortalecer. Estou me sentindo bem e seguro, respeitando meus limites e meus gatilhos (destes eu fujo ao vê-los, de longe) porém, numa situação mais confortável e mais madura.
Acho que é assim que se cresce: enfrentando de frente a ameaça eminente e acreditando na força interior (e dos remedinhos) e contando com apoio de quem amamos e de quem nos ama. Claro que me preocupo com a falsidade e hipocrisia daqueles que se aproximam como ovelhas e afiam as garras de lobo. Mas já sou grandinho o suficiente para me defender e sei que nunca estou sozinho.
Do dia do meu aniversário, em 21 de dezembro para frente, tive grandes surpresas e grandes decepções: vinha percebendo alguns detalhes pouco favoráveis numa amizade antiga, que se desempenhava de modo muito amistoso e, de repente se portava fortemente como uma pessoa fria, calculista e conveniente. Esse fato marcou o final de 2023, porém abriu meu 2024 com grande mostra de esperança e segurança: permitiu que eu me desligasse sem muita dor e sem muito alarde.
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Acabou. Sem desmascarar. Sem criar clima. Apenas cada um seguindo sua Vida, assumidamente. Esta mudança é uma virada de mesa. Uma descoberta fundamental que me propiciou olhar para outras janelas. Entristeceu, foi impactante. Mas me fez imensamente feliz por perceber, mais uma vez, que a intuição é forte e o real é impactante.
Foi este detalhe que me fez desafiar o novo ano novo: iniciaria uma carreira solo, como nunca antes vivida. Mas, neste momento, com muita segurança, muita Fé e muita certeza de que estes exercícios de mobilidade grupal serão bons para minha sanidade mental. Por mais impactante que o real possa ser, acreditar em novos horizontes faz com que tenhamos novos planos e novas companhias. Então, vamos…(Foto: Freepik)

AFONSO ANTÔNIO MACHADO
É docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Leciona na Faculdade de Psicologia UNIANCHIETA. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology.
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