INTEFERÊNCIAS

interferências

Inúmeras vezes, sobretudo neste espaço, apresento minhas críticas às decisões de nosso órgãos regulatórios e controladores principalmente na área educacional. Geralmente não me refiro às interferências externas, mas às dependências específicas que de forma irrealista estabelecem regras para o funcionamento de um sistema que para atender a velocidade das mudanças deveria ser absolutamente flexível e não engessado como costuma ocorrer a cada momento de normatização, sem contar toda a insegurança determinada pelas contradições e inadequações.

Sabidamente é uma tendência nacional clamar por “uma lei” para cada tema que não se sabe bem como funciona. Assim mais regras e normas surgem o tempo todo emanados por pessoas e órgãos com diferentes graus de competência e conhecimento e a educação é um dos territórios mais sensíveis, pois como todo mundo foi à escola, todo mundo entende de educação. Como se a simples frequência escolar habilitasse quem quer que seja nessa área. Para exemplificar mais uma vez: embora tenha centenas de horas como paciente em uma cadeira de dentista sou absolutamente incapaz de obturar um dente.

O processo educativo vem se alterando à medida que as mudanças tecnológicas invadem o ambiente escolar, para o bem e para o mal, entretanto não será mais possível insistir na escola tradicional com seus modelos ultrapassados, mas plenamente aceitos pelos que se referenciam nas escolas que frequentaram ignorando o lapso de tempo e todos os avanços que ocorrem com maior e insistente velocidade. Pedir a escola de “antigamente” é pretender ficar no passado, mesmo que este passado pareça recente. Esta postura retrograda já é ruim. Pretender regular e restringir novas metodologias e novas tecnologias são interferências com perspectivas desastrosas.

OUTROS ARTIGOS DE FERNANDO LEME DO PRADO

ETARISMO

IA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

MAIORIA QUER ENSINO TÉCNICO

PORTO DE SANTOS

Em todo mundo as inteligências artificiais estão sendo incorporadas ao cotidiano escolar, mas isto não combina com os métodos tradicionais nem com a visão essencialmente conteudista pautada pelos vestibulares. Além disso a crescente demanda por educação profissional no nível médio precisa ser atendida, assim é absolutamente contraditório observar que o excesso de horas de formação geral composto essencialmente por disciplinas propedêuticas poderá inviabilizar esta modalidade de ensino. As soluções híbridas, flexíveis e inteligentes raramente são consideradas.

Cabe, neste cenário, perguntar quem são os reguladores, quais suas reais intenções, quais demandas estão atendendo e quais suas interferências, pois pelo que se observa não estão atendendo as necessidades de formação de todos nem tem foco na aprendizagem como as tendências educacionais indicam. Some-se a tudo isso lembrar que aqueles que não sabem, em geral, são menos perigosos do que aqueles que “acham que sabem”.(Foto: Andrea Piacquadio/Pexels)

FERNANDO LEME DO PRADO

VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES