O sonho de todos os nerds se concretiza neste final de semana, no Sesc, com a realização de mais uma JundComics. E se você for até lá, aproveite para conhecer o trabalho do jundiaiense Hugo Nanni, um dos mais talentosos autor de histórias em quadrinhos (HQ) da sua geração. Formado na Puccamp, professor de Artes, Hugo já teve vários trabalhos publicados. A batalha vem de longe. “Desde que me conheço por gente sou desenhista. Era algo natural para mim. Desenhava até nas paredes de de casa. Minha mãe ficava louca. Mas nunca me proibiu de praticar”, relembra
Durante um bom tempo ajudou o pai em uma oficina de serigrafia, estampando emblemas de escolas em camisetas. Já era um adolescente e não era nada disciplinado. Porém, desenhar continuava sendo uma de suas prioridades. E continuou praticando.
No início da década de 90 resolveu procurar a ajuda de quem pudesse fazê-lo desenhar melhor. “Fiz curso de HQ no Senac. Também se formou técnico em Publicidade pelo Colégio Rosa. “Eu queria mais e ingressei no curso de Arte da Puccamp. Lá experimentei outras técnicas, participei de salões de arte e cartuns”.
Fez pós em Arte e passou a atuar como professor. Entrou para a escola ‘Fábrica de Quadrinhos’ e fez em contato com os grandes mestres das artes gráficas. Após o curso de quatro anos, passou a aplicar o que aprendeu nas ilustrações, charges, caricaturas e HQs.
Em 2004 venceu o 1º Concurso Nacional de Histórias em Quadrinhos e Ilustrações, da Editora Vardi. O prêmio foi a publicação da HQ ‘Entidade Assistencial’. A história conta as desventuras de uma senhora humilde que vê o filho cair nas garras de ninguém menos que Toninho do Diabo. A publicação ocorreu três anos mais tarde e daí para frente Hugo Nanni não parou mais.
Ele faz parte do coletivo 4º Mundo e do JundComics. Em 2009 lançou a revista ‘Clube da Voadora’, que teve boa aceitação. Com colegas do JundComics produziu o gibi ‘Liga Jundiaiense de Super-Heróis, uma verdadeira gozação ao universo dos poderosos das HQs aliada às coisas que só os jundiaienses entendem.
Sobre a JundComics deste ano, Hugo Nanni tem boas expectativas. “Sempre vem gente boa. Muitos artistas premiados aparecem. Tem gente que teve trabalhos indicados ao prêmio Jabuti”, afirma. O contato entre os artistas acaba acontecendo, assim como a troca de ideias. Daí criam-se as amizades. “Tem muita camaradagem. No ano passado fui para Curitiba, na Bienal de Quadrinhos, e não conhecia ninguém da minha mesa. Aí fui tentando vender meu produto, oferecendo para um, para outro. E assim todo mundo vende e vira amigo”, comentou.
Fora o lado divertido e das amizades, Hugo lembra que a JundComics tem seu lado sério. “São realizadas palestras e ocorrem muitos bate-papos sobre o mercado atual das Histórias em Quadrinhos. Também se discutem os super-heróis, cosplay, games, postagem de conteúdo geek e nerd no Youtube. A JundComics é muito diversificada”.
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