Desde o dia 1º de dezembro, Jundiaí está em festa! Começou com a inauguração dos presépios no Museu Municipal, Solar do Barão; iluminação da Catedral Nossa Senhora do Desterro e continuou, dando vez e voz para as diversas áreas culturais da cidade. No dia 4, por solicitação da Câmara Setorial de Literatura, do Conselho Municipal de Política Cultural, aconteceu um encontro das entidades literárias com a presença do Gestor da Cultura, Marcelo Peroni. O encontro aconteceu em comemoração ao Dia do Escritor Jundiaiense, comemorado no dia 2 de dezembro, data de nascimento de Wenceslau de Queiroz, jornalista e escritor que se destacou na cidade por sua atuação em favor das Letras. Na oportunidade, todos tiveram oportunidade de expressar opiniões sobre o que tem sido feito e o que poderá ser melhorado na Literatura local. Encontro profícuo, que os escritores desejam se tornem constantes!
Muitos eventos, descentralizados, foram acontecendo por toda a cidade: dança, feira de livros, música, varais de poesia, teatro, apresentação da Orquestra Municipal de Jundiai, em comemoração dos 110 anos de fundação do Teatro Polytheama e outros.
E hoje, dia 14 de dezembro, o ápice das festividades! Jundiaí está em festa! A Biblioteca Pública Prof. Nelson Foot comemora 50 anos de funcionamento com algumas homenagens aos colaboradores e outros eventos tão importantes quanto!
E por que o dia 14 de dezembro é importante para Jundiaí? Porque nesse dia, no ano 1656, a Freguesia de Jundihay passou à denominação de Vila Fermoza Nossa Senhora do Desterro de Jundihay. Nessa época, o título de Vila era muito importante, o termo Cidade era, apenas, um título honorífico e pouco acrescentava em termos de administração.
Assim, em 14 de dezembro de 1656, a Vila Fermoza Nossa Senhora do Desterro de Jundihay adquiriu autonomia político-administrativa, com direito a ter Legislativo próprio, isto é, Câmara de Vereadores. Com a composição da Câmara de Vereadores que, regida pelas ordens régias da Coroa de Portugal, passou a baixar “posturas locais”, espécie de leis municipais, com um Juiz de Fora, uma cadeia pública, um pelourinho e a cobrança de impostos .
O primeiro presidente da Câmara Municipal da Vila Fermoza de Jundihay foi o mestiço Antonio Luiz de Pinha, descendente direto do Cacique Carapicuíba. Os primeiros “juízes de fora” foram Paschoal Dias Rodrigues e Cristóvão de Paiva. A Câmara elegeu o primeiro Alcaide (prefeito), na pessoa do comerciante Estevão Maciel, com o soldo de “duas patacas por mês”!
Com certa autonomia político-administrativa – porque as ordens ainda vinham da Coroa de Portugal – a Vila Fermoza Nossa Senhora do Desterro de Jundiahy assim permaneceu por 209 anos.
Considerando-se que, à época, as Vilas tinham autonomia político-administrativa, com Câmaras Municipais, Alcaides e juízes,sendo que a denominação de Cidade nada acrescentava nesse sentido; assim, ficou deliberado que o aniversário da Cidade de Jundiaí será sempre comemorado no dia 14 de dezembro.
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Quatro anos após a Proclamação da República, que se deu 1889, a denominação de Alcaide passou a ser Intendente; o primeiro intendente foi o Coronel Siqueira de Moraes. Depois, veio a denominação Prefeito; o primeiro prefeito de Jundiaí foi João Maria Gonzaga de Lacerda, que governou a cidade de 1903 a 1904 e 1921 a 1922.
Hoje, dia 14 de dezembro de 2021, o município comemora 365 anos de autonomia político-administrativa, com a instalação da Câmara Municipal de Vereadores e a eleição do primeiro Alcaide! Jundiaí está em festa!!!
Para fechar, vamos lembrar, através de uma estrofe, do Hino de Jundiaí, de autoria da professora Haydèe Dumangin Mojola:
“Ó Terra Querida, Jundiaí, teus filhos amantes são de ti, que Deus abençoe eternamente esta Terra onde eu nasci”. E salve Jundiaí!
JÚLIA FERNANDES HEIMANN
É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence à Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU.
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