Depois de vencer o segundo turno em Jundiaí com 125.712 votos, Gustavo Martinelli(União Brasil), já está pensando, juntamente com o vice, Ricardo Benassi, na transição de governo e montagem do secretariado. Ele acredita que em breve o imbróglio com o Tribunal Superior Eleitoral(TSE) será resolvido. Sobre as primeiras medidas que tomará assim que for empossado dependem do orçamento da Prefeitura para o próximo ano e que será votado pela Câmara. Confira a entrevista com Martinelli:
A votação do primeiro turno o frustrou? O que aconteceu para ter ficado atrás de Parimoschi nas três zonas eleitorais?
Não foi frustrante. Somamos mais de 93 mil votos em uma eleição extremamente desafiadora, marcada por ataques, fake news, e uma campanha de desinformação massiva. Houve pessoas batendo de porta em porta com discursos de medo, espalhando narrativas falsas, e vídeos clandestinos circulando via WhatsApp. Páginas falsas foram criadas no Instagram, fakes e comentários manipulados nas redes sociais se multiplicaram, além de materiais com conteúdo difamatório foram distribuídos na cidade. Inclusive, foram realizadas buscas e apreensões de materiais ilegais. Apesar disso, no segundo turno, conseguimos apresentar nossas propostas de forma clara e verdadeira, o que resultou em um aumento expressivo de mais de 33% de votos, totalizando mais de 125 mil votos. A população reconheceu que temos as melhores propostas para Jundiaí e confiou na nossa capacidade de implementar essas melhorias, escolhendo uma gestão focada em mudanças concretas para a cidade.
No segundo turno, a sua votação aumentou mais de 30%. Como explica este aumento significativo, Martinelli?
Esse aumento reflete o desejo da população por uma mudança verdadeira e uma gestão que valorize as pessoas. Muitas pessoas perceberam, no segundo turno, quem realmente estava comprometido em cuidar de Jundiaí. Houve um excesso de ataques e estratégias negativas contra nossa campanha e o eleitorado se cansou desse tipo de abordagem. No fim, quanto mais eles atacavam, mais nossa campanha ganhava força. As pessoas reconheceram nossa proposta e nosso compromisso, e isso se traduziu em um apoio expressivo, mostrando que a cidade quer um governo para todos, feito com respeito e diálogo.
O senhor foi escolhido por 125.712 moradores da cidade. Porém, o TSE ainda não confirmou sua vitória já que está com a candidatura sub judice. Como vê esta contradição?
Martinelli, o senhor tem até o dia 31 de dezembro para reverter esta situação. O que está fazendo a respeito? Acredita que este problema estará resolvido até quando?
Nossa equipe jurídica está agindo rapidamente para resolver a situação. O Tribunal de Contas reconheceu que meu nome foi incluído na lista de contas reprovadas por um erro, e estamos apresentando toda a documentação necessária para comprovar que não houve irregularidade. O que houve foi um pagamento de horas extras a um procurador jurídico que trabalhou em sessões noturnas na Câmara, algo permitido pela lei e sem prejuízo aos cofres públicos. Tenho confiança de que resolveremos essa questão.
O grande número de eleitores (e a diferença de votos de Parimoschi) deverá ser um ponto a favor para o senhor? Será mais difícil uma decisão contrária do TSE diante da sua votação?
Cada voto representa o desejo da população por uma mudança real em Jundiaí, e agradeço a todos que confiaram em nós. Esse apoio massivo reafirma nosso compromisso com o desenvolvimento da cidade, e tenho confiança de que o TSE considerará nossa posição com justiça e integridade. A decisão está nas mãos da Justiça. Estamos confiantes de que o resultado respeitará a vontade popular e os argumentos legais apresentados por nossa defesa.
O senhor já conversou com o prefeito? E com o Parimoschi?
Não houve diálogo.
Na última segunda-feira(28), quando chegou à Prefeitura, foi ovacionado pelos servidores. A expectativa deles é enorme. Martinelli, o senhor teme não corresponder às expectativas dos funcionários públicos?
Tenho um grande respeito pelos servidores públicos e uma trajetória de trabalho que inclui experiências como vereador, presidente da Câmara e atual vice-prefeito. Sempre valorizei os funcionários públicos e, na minha gestão ao lado de Ricardo Benassi, vamos implementar políticas de valorização e incentivo, criando oportunidades para que esses profissionais possam desempenhar seu trabalho com motivação e reconhecimento. Quando fui presidente da Câmara, consegui economizar R$ 21 milhões que foram devolvidos aos cofres públicos e ajudaram a manter o funcionamento do Hospital São Vicente, pagando o 13° salário dos funcionários e garantindo nosso compromisso com os trabalhadores do hospital. Além disso, valorizei o servidor concursado, promovendo a ocupação de diretorias por servidores efetivos, ao invés de comissionados. Na presidência da Câmara, fiz questão de dar oportunidade aos servidores de carreira, reforçando o compromisso com a valorização e o reconhecimento do funcionalismo.
Quando começará a transição?
A partir do dia 1°, a legislação permite iniciar o processo de transição. Já estamos ajustando tudo para que ele aconteça de forma organizada e eficiente.
Já está pensando na montagem do seu secretariado?
Sim. Eu e Ricardo Benassi estamos trabalhando na seleção de um secretariado técnico e preparado, focado em resultados e em atender às necessidades reais da população de Jundiaí.
Martinelli, o senhor já tem alguns nomes certos? Pode adiantá-los?
Ainda não temos nenhum nome para adiantar no momento, mas em breve faremos essas divulgações com transparência para a população.
Qual será a sua primeira medida quando assumir o cargo?
Nossa prioridade inicial será aguardar a definição do orçamento, o que nos permitirá trabalhar com clareza sobre as finanças e estabelecer as prioridades da gestão. Queremos garantir que cada recurso seja destinado de forma eficiente para beneficiar a população.
A sua coligação elegeu apenas dois vereadores. Já a do seu adversário elegeu 15 vereadores. Teremos, ainda, um vereador do PSOL e uma parlamentar do PT. Como será seu relacionamento com o Legislativo?
Nossa gestão será baseada em diálogo e transparência, independente de coligações. Governaremos para toda a cidade de Jundiaí, incluindo os que não votaram em nós. Minha experiência como vereador e presidente da Câmara me ensinou a importância de manter boas relações e trabalhar de forma colaborativa. Vamos construir uma relação sólida com o Legislativo, respeitando as diferenças e focando nas necessidades da população.
O senhor teme que Jundiaí possa viver uma situação parecida com a de Itupeva, que nos últimos anos teve o prefeito cassado e recolocado no cargo várias vezes?
Não temo essa situação. O pagamento das horas extras ao procurador jurídico foi realizado de acordo com a lei trabalhista, já que a sessão ocorria no período noturno e necessitava de um membro do jurídico para ser realizada. Não houve qualquer prejuízo aos cofres públicos. Esse processo é, na verdade, uma tentativa de perseguição política, e confio que a Justiça reconhecerá minha idoneidade. Em mais de 20 anos de carreira política, sempre pautei minha trajetória pela transparência e pelo compromisso com Jundiaí, e essa será a marca da nossa gestão. Repito: o ex-prefeito Miguel Haddad enfrentou sete processos e, mesmo assim, foi eleito, respeitando-se a soberania das urnas. A oposição, ao insistir nessa linha de ataque, parece desconsiderar o resultado das eleições, tentando impor um “terceiro turno” em Jundiaí.
Por que tanta gente deixou de votar?
O aumento da abstenção é uma tendência preocupante em várias regiões do país e acredito que reflete o cansaço da população com campanhas marcadas por fake news, falta de oportunidade e pouca confiança no processo político. Queremos reverter esse cenário com uma gestão transparente e voltada para o que realmente importa: as pessoas.
Como será a administração Gustavo Martinelli?
Nossa prioridade é uma gestão humana e inovadora, comprometida com as reais necessidades de Jundiaí. Nosso compromisso com a transparência será essencial para que Jundiaí alcance um novo patamar de desenvolvimento e qualidade de vida para todos. Acreditamos em uma cidade que ofereça mais oportunidades e respeite a vontade popular.
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