Opinião

Muitos Chicos por aí

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26 de julho de 2019

De Bauru para o mundo… O cãozinho Chico tirou a sorte grande duas vezes. A primeira foi ao ser retirado de um abrigo. Ganhou uma família, cuidados essenciais e muito carinho. Também ganhou um irmãozinho, afinal, fora adotado para ser companhia de um outro peludo, o Luke. A segunda foi na semana passada, após uma série de traquinagens típicas da espécie, por não ter sido devolvido ao abrigo, como fora dito pela dona em uma gravação que viralizou nas redes sociais. Mas, quantos Chicos existem por aí?

Como todos sabem, o peludinho, que fora deixado dentro de casa por sua dona, que foi ao cinema, destruiu um colchão e um controle remoto que estava sobre a cama. Chico caprichou na investida e deu ‘PT’ no colchão. Enquanto ouvia lamentos, choramingos e broncas da dona, o peludo abanava o rabo e virava com a barriguinha para cima, para brincar, numa clara demonstração de pura inocência, e, em outros momentos, fazia de conta que a bronca não era pra ele; quase um dissimulado…

Chico ganhou fama, uma cama nova e muito prestígio nas redes sociais, além de milhares de seguidores em um perfil no instagram: @chico_and_luke. Mas o principal, foi continuar em seu abençoado lar. Sua dona também ganhou um colchão novo, travesseiros, e a vida segue em paz, até a próxima travessura do peludo.

O fato ocorrido em Bauru teve um desfecho feliz e até divertido. Mas quantos Chicos ainda temos em abrigos por aí, esperando por um lar? Quantos Chicos temos por aí, nas ruas, procurando por uma família que lhes dê abrigo, comida e muito amor? Por isso é que aproveito a história do Chico, de Bauru – a celebridade do momento – para chamar a atenção para um sério problema: o grande número de animais abandonados no País. Estima-se que no Brasil esse número chegue a 30 milhões, entre cães e gatos.

Como Chico, esses animais gostariam de tirar a sorte grande e ter um lar, um dono para amar, uma família para brincar… Mas, por não terem raça definida; pela falta de um pedigree, são rejeitados por grande parte da sociedade. Por outro lado, vemos protetores se dedicando intensamente à causa, pedindo ajuda para comprar ração, remédio ou obter um lar temporário até conseguir uma adoção. Manter um abrigo é como fazer equilibrismo, para esses anjos denominados protetores.

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Vemos a batalha que travam para conseguir castrar os animaizinhos antes de colocá-los para adoção, evitando, desta forma, a procriação desenfreada. O que nos faltam são políticas sérias para os cuidados com os animais, bem como a consciência de parte da população, de que esses seres, como nós, também precisam de abrigo, comida e amor.

É oportuno pensarmos na causa com muito carinho e sensibilidade. É imprescindível ajudarmos na luta para obtermos políticas públicas voltadas aos animais, por meio de campanhas de castração, contra maus tratos e muito mais. Vamos ajudar a cuidar dessas criaturinhas que sempre nos esperam com um ‘lambeijo’ e não nos pedem nada além de muito amor. Eu mesma adotei dois meninos arteiros; muito arteiros… E você?

VALÉRIA NANI