MULHER e natureza: Afinidade maternal

mulher

Compartilho nesta edição o texto Mulher e Natureza – Afinidade Maternal, produzido e publicado em 2008, no compêndio “Nossas Mulheres 2”, cujo texto é de autoria da Dra. Silvia Lúcia Vieira Cabrera Merlo, advogada e ambientalista, já tendo sido presidente do Comdema(Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), entre outras atribuições conforme ela própria irá se referir mais à frente, fazendo sempre um trabalho importante na proteção do nosso meio ambiente.

A riqueza do texto nos ensina a cuidar melhor de nosso planeta, de onde retiramos tudo que precisamos para uma vida com dignidade. Que esse texto motive a todos, homens e mulheres, adultos e crianças, para maior cuidado com nosso planeta, pois essa é mais uma característica das mulheres e mães no compartilhamento dos seus ensinamentos com todos nós.

É um texto sempre atual, sendo importante seu compartilhamento pois muito ainda nos falta quando o assunto é conscientização ambiental.

Mulher e Natureza – Afinidade Maternal

“A preocupação com o futuro do Planeta Terra e com a nossa sobrevivência é o assunto do momento.  O que nos reserva a natureza, degradada que é, em nome da riqueza e poder? Quem poderá nos salvar?  

Quando crianças, sempre que nos encontramos em situação aflitiva chamamos pela mãe. É o primeiro  nome que bradamos instintivamente.

Comparo a natureza a uma mãe, que tudo dá e nada exige. Dela conseguimos tudo o que necessitamos  para nossa sobrevivência (alimento e proteção).

A natureza é a única fonte de matéria-prima para satisfação das necessidades materiais do ser humano.  Assim sempre foi e será. 

A roupa que usamos provém da flora ou fauna; o relógio, os óculos, dos minerais; o sapato provém dos  animais e minerais; em casa ou em nosso escritório, a madeira provém das florestas; os tijolos que compõem  nossa casa das minas de argila;  os utensílios domésticos, o computador, o papel, a cadeira, o alimento que  nos nutre e mantém nossa vida, a água essencial a nova vida e os medicamentos, tudo provém da natureza.  Podemos imaginar algum material que não provenha da natureza? Não é a natureza a fonte única fornecedora de materiais para o Homem? 

Sendo a natureza fonte única de tudo o que necessitamos para sobreviver, ela pode ser considerada como nossa mãe, que sacia nossa fome e nos dá proteção.

Assim como nossa mãe, precisamos respeitá-la, amá-la e cuidá-la, sob pena de muitas vezes sermos repreendidos (inundações, furacões, nevascas e outras intempéries) Lembramos aqui que na natureza não há  recompensas ou castigos, mas consequências. 

Compete ao homem e a mulher a função de amar e cuidar da natureza. Porém, notamos que a mulher é  quem mais frequentemente pratica atos de amor e preservação da natureza.

A explicação, possivelmente, estaria na afinidade maternal? Deixo esta dúvida para reflexão.

Mulher-Mãe-Natureza.

Como mulher e mãe que sou, tenho este sentimento muito arraigado dentro de mim. Quero e sinto uma  vontade incontrolável de cuidar da mãe natureza, quero amá-la e preservá-la. 

Cuidar da natureza não consiste somente em se preocupar com a devastação da floresta Amazônica, com o  degelo dos polos terrestres, com os furacões que arrasam os EUA ou com as inundações na China, mas, sobretudo, consiste em cuidar do que está muito próximo de nós, da nossa cidade, do nosso bairro, de nossas  casas, do meio em que vivemos.

Pensando assim é que acabei me envolvendo em diversas ações em prol da preservação do meio ambiente  na cidade onde moro, a minha querida Jundiaí. 

Jundiaí é a cidade onde nasci e vivo com muita alegria ao lado de minha família.

Jundiaí é uma cidade abençoada por Deus e por seus atributos ambientais, hoje protegidos, a Serra do Japi e todos seus recursos hídricos.  

Como advogada, tive a oportunidade de participar da criação da Comissão do Meio Ambiente da 33°  Subseção da OAB/SP na gestão do então presidente Dr. Gustavo Leopoldo Caserta Maryssael de Campos no ano de 2001.

Tive a honra e o privilégio de presidir esta laboriosa Comissão nos anos de 2001 a 2004. A Comissão era composta somente por advogadas, sem preconceito algum contra os homens, mas não tivemos o prazer à época de ter um homem na comissão. 

Será que faltou a afinidade maternal com a natureza? 

Esta comissão, através de seus membros (competentíssimas colegas advogadas), realizou muitas ações em  beneficio da preservação do meio ambiente no município. 

Relembrando algumas ações mais marcantes, podemos destacar  nossa participação no estudo do novo  Plano Diretor do Cidade (Lei Complementar n° 415/2004); a elaboração do Sistema de Proteção das  Áreas da Serra do Japi (Lei Complementar n° 417/2004); a revisão das  normas que regulamentam  instalação de sistemas transmissores de  radiação não ionizantes (antenas de transmissão de celulares – Projeto de Lei Complementar n° 769/2004); manifestação de repúdio a invasão do Movimento dos Sem-Terra em áreas protegidas da Serra do Japi e diversos pareceres sobre legislação  municipal com implicações ambientais.

Como mais um braço a ajudar na proteção da mãe natureza, tive a oportunidade de participar ativamente no Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, sendo eleita presidente na gestão de 2003/2005, onde muito aprendi e pude contribuir nas decisões dos projetos que envolviam  questões  ambientais importantíssimas  para a qualidade de vida dos cidadãos desta cidade que tanto amo.

Posso, ainda, enumerar algumas atuações relevantes, embora eu considere todas muito importantes.  Destaco o acompanhamento do projeto de ampliação do Aeroporto de Jundiaí; a participação na Comissão de Estudos da Revisão das Normas de Instalação de Antenas Transmissoras de Ondas de Celulares e o acompanhamento e pareceres em projetos de expansão urbana. 

A minha afinidade com a mãe natureza é tão grande, que ainda neste ano, concluo o curso de pós-graduação em Direito Ambiental pela Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil,  Secção de São Paulo. 

Amo a natureza como quem ama uma mãe e com a afinidade de mãe.  

Mulher, mãe amando a natureza e cuidando dela com muito carinho.

Sei que não estou sozinha nesta relação de amor e cuidado para com a natureza e para com a cidade de  Jundiaí. Felizmente, podemos contar com muitas mulheres com a mesma afinidade que me acomete, acho até que é da própria natureza de ser mulher, mãe e protetora.

OUTROS ARTIGOS DE CLAUDEMIR BATTAGLINI

PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E O AQUECIMENTO GLOBAL

BIOMIMETISMO E O DIREITO AMBIENTAL

REFLEXÃO SOBRE O DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE

Quero, através deste artigo, homenagear a todas as mulheres que estiveram junto comigo nesta trajetória de muita luta e que, de certa forma, continuam atreladas nesta relação de afinidade e amor protetor à natureza. Deixo de nominar uma a uma, porque poderia, por um lapso, esquecer de algumas delas, todas foram e continuam sendo muito importantes para mim e tenho absoluta certeza que todas sabem e nutrem o  mesmo sentimento de afinidade que tenho em relação à nossa grande Mãe Natureza.

                        Nesta luta vou continuar 

                        Sempre sob o seu olhar 

                        Porque sei que um dia

                        Em seu colo hei de repousar”

Parabéns à autora e obrigado por compartilhar seus conhecimentos também por este canal, além do excelente trabalho sempre realizado.(Foto: Camille C/Pexels)

CLAUDEMIR BATTAGLINI

Claudemir Battaglini. Promotor de Justiça (inativo), Especialista em Direito Ambiental, Professor Universitário, Consultor Ambiental e Advogado. Vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB Subseção Jundiaí e Vice-presidente do COMDEMA Jundiaí 2023/2025. E-mail: battaglini.c7@gmail.com

VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES