Os últimos dias têm mostrado, em nosso País, que muitas situações dependem, politicamente, das mulheres. A primeira, e que gerou polêmica, mas serviu para “baixar a bola” de Flávio Bolsonaro, relator do Projeto de Emenda Constitucional, que prevê a privatização das praias. A dita emenda à Constituição passou, na calada da noite, pela Câmara Federal e chegou ao Senado onde o filho do ex-presidente foi nomeado relator e visava, rapidamente, colocar o projeto em votação.
Mas se teve a calada da noite, teve a voz que clama nas redes sociais: Luana Piovani! E a atriz assumiu a briga pela não aprovação da PEC e ganhou apoio de instituições ambientais. E bateu pesado em Neymar, jogador de futebol que faz muito tempo que não entra em campo, mas passeia de helicóptero para chegar ao estádio e se misturar com a torcida do Flamengo, em busca de força. A batida pesada de Luana está relacionada à parceria envolvendo o “jogador” com uma incorporadora para a criação de um projeto para criação de um “Caribe brasileiro”, com imóveis de alto padrão em uma área de 100 quilômetros entre Pernambuco e Alagoas. Para o projeto andar, é preciso que a PEC seja aprovada! E foi aí que a atriz bateu no homem que vestiu a camisa 10 da seleção e já foi chamado de cai-cai, de tanto apanhar em campo. E agora, fora dele!
Luana o chamou de péssimo cidadão, de estrupício e muitos outros péssimos adjetivos que não cabem aqui neste espaço. Neymar, claro, baixou o nível do bate-boca, buscando uma ofensa maior à atriz. Mas ela não silenciou. Tanto que as redes sociais se encheram de apoio à mulher e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, muito mais ponderado que Arthur Lira, anunciou que tal PEC vai esperar para entrar em votação. Flávio, por outro lado, cansou de dar entrevistas, procurando mostrar que não é bem “privatização das praias”, mas acabou perdendo apoio político e desapareceu do noticiário.
E as mulheres não pararam por aí. A deputada petista, Benedita da Silva, pode ser a relatora do projeto sobre o aborto que já teve sua urgência aprovada em 23 segundos na Câmara. Moderada coordenadora geral da bancada feminina na Câmara, está ganhando espaço e poder indicada, nesta terça-feira para relatar o projeto. Como o dito cujo projeto prevê uma pena maior para a mulher, vítima de estupro e que decida pelo aborto depois de 22 semanas, do que o estuprador.
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Esta história está sinalizando como uma ameaça de Lira ao Governo, porque ele quer o sucessor na presidência da casa, cuja eleição ocorre no começo do próximo ano.
Mas como tudo no Brasil se define pela política, duas mulheres entraram em ação. Luana conseguiu – sem atuar na área – esvaziar o projeto das praias e Benedita pode moderar o projeto de tal maneira para agradar a todos.
No mais, Haddad está penando e balançando no Ministério, os bolsonaristas querem aprovar lei que suspende delações premiadas, pensando em beneficiar o “chefe”, mas esta história é ainda mais complicada, segundo juristas, porque não ajuda o que já aconteceu. Ou seja: delação feita, ação mantida!(Foto: reprodução Instagram/G1)

NELSON MANZATTO
É jornalista desde 1976, escritor, membro da Academia Jundiaiense de Letras, desde 2002, tendo cinco livros publicados. Destaca-se entre eles, “Surfistas Ferroviários ou a história de Luzinete”, um romance policial premiado em concurso realizado pela Prefeitura de Jundiaí. Outro destaque é “Momentos”, com crônicas ligadas à infância do autor.
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