A Educação Profissional e os NEM-NEM

nem-nem

Recentemente li mais alguns artigos abordando a quantidade de jovens que nem estudam e nem trabalham. São os nem-nem. Os números são impressionantes nos faz refletir sobre o futuro não só destes brasileiros, mas também sobre o futuro do Brasil. Já apresentei dados de antes da pandemia indicando estudos do Banco Mundial mostrando que o maior investimento que uma nação pode fazer é na formação de capital humano. Isto é amplamente justificado, pois vivemos um contínuo e acelerado processo de desenvolvimento tecnológico que provocará impactos para muito além do analfabetismo funcional.

Além disso, vale relembrar que há inúmeras publicações enfatizando que o desemprego está diretamente associado à falta de qualificação, inclusive apontando a existência de considerável quantidade de postos de trabalho que não são ocupados pela insuficiência de candidatos que atendam os requisitos exigidos. Evidentemente não estamos falando de atividades profissionais de pouca ou nenhuma exigência com salários mínimos, mas destas que requerem conhecimentos tecnológicos, escolaridade e boa formação, embora não necessariamente universitária.

Será que os nem-nem, os jovens que nem estudam nem trabalham não querem ou não conseguem deixar esta condição? Será que a escolarização que tem sido oferecida atende aos anseios e as necessidades deles? Raramente os artigos que abordam estatisticamente esta situação tentam responder estas questões que são fundamentais.

Nosso Ensino Médio, recentemente reformulado, oferece uma boa alternativa para atenuar a falta de perspectivas de conciliar uma vida estruturada com os desafios que a realidade nos impõe. O chamado quinto itinerário formativo com incursões pela formação profissional sob a forma de cursos técnicos ou de qualificação é uma das melhores alternativas para atender nossos jovens e, efetivamente, prepará-los não só para a continuidade de estudos, mas, também, para ordenar os seus projetos de vida.

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Temos a tendência, por inércia ou desconhecimento, a seguir modelos ultrapassados sem muitos questionamentos, por isso ainda há muitos que vêm o ensino médio apenas como um preparatório para aos vestibulares ao invés de sua verdadeira função como etapa final da educação básica. Nele cabe perfeitamente a formação profissional como ocorre em quase todos os lugares desenvolvidos. Nos países da OCDE, órgão que acompanha e avalia a educação mundial, a preparação profissional ao final do ensino médio é, em média, de 50% da oferta. No Brasil nem chegamos aos 10%. Sem políticas públicas de incentivo à oferta de cursos técnicos ou de qualificação continuaremos a despreparar nossos jovens para suas futuras vidas tanto no prosseguimento de estudos como no acesso ao mundo produtivo.

A formação profissional no ensino médio representa um caminho a ser trilhado pelos que querem desenvolver habilidades e competências empreendedoras e sócio-emocionais, fundamentais para suas vidas, inclusive no seu sucesso em cursos superiores. Pode ser a melhor alternativa para os nem-nem, aqueles que não podem ou não querem esperar, sem nenhuma perspectiva, por uma formação em nível superior para depois tentarem um mercado eventualmente saturado.(Foto: Freepik)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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